domingo, 30 de outubro de 2016

GP Skate Canada 2016 - Homens

Skate Canada 2016



Em Mississauga (Canadá)

Entre os dias 27 e 30 de Outubro





Análise

A categoria de homens contou com o duelo entre dois dos maiores patinadores da actualidade. Patrick Chan levou a melhor sobre o campeão olímpico Yuzuru Hanyu. Kevin Reynolds conseguiu garantir a medalha de bronze. O público canadiano deve ter ficado bem contente com as duas medalhas conquistadas pelos seus compatriotas. O japonês Takahito Mura foi segundo classificado no programa curto mas deitou tudo a perder no livre ao terminar apenas em nono nessa fase da competição. Michal Brezina protagonizou uma remontada. Brezina foi nono no programa curto mas no livre ascendeu à quarta posição. O chinês Han Yan prometia muito e era apontado como alguém que poderia discutir uma medalha. No entanto, o jovem chinês teve uma participação bem discreta para o seu nível e não foi além do décimo lugar final.
Patrick Chan ficou em primeiro lugar no programa curto com uma nota de 90.56pts. Ele iniciou o programa com uma grande combinação de quádruplo toe loop-triplo toe loop que obteve 16.60pts. No entanto, ele caiu no triplo axel. Esse elemento teve de ser punido com grau de execução negativo e perdeu 3.00 do valor base de 8.50pts. Além disso, a sua nota também foi afectada pela dedução automática de um ponto devido à queda. O triplo lutz foi colocado na segunda metade do esquema e beneficiou de pontuação bónus no valor base por causa disso. O lutz recebeu 6.90pts. A sequência de passos (4.73pts) e o peão de combinação (4.21pts) foram classificados com o nível 3. O peão flying sit (4.21pts) e o peão camel com mudança de pé (3.91pts) atingiram o nível 4. As médias apuradas nos segmentos dos componentes que compõem a segunda nota foram excelentes e fixaram-se em 9.14 na perícia, 8.93 nas transições, 9.00 na performance, 9.18 na composição e 9.25 na interpretação da música.
No programa livre, Patrick Chan ficou em segundo lugar depois de garantir uma nota de 176.39pts. Chan reuniu imensos pontos nos dois primeiros elementos. Ele realizou uma combinação de quádruplo toe loop-triplo toe loop (17.60pts) e um triplo axel (10.64pts). No entanto, Chan caiu no quádruplo salchow (6.50pts) que ficou sem 4.00 no valor base de 10.50pts devido à punição em sede de grau de execução. Foi também aplicada uma dedução automática de um ponto. Os restantes elementos de salto foram colocados na segunda metade do esquema mas ocorreram erros. Ele tinha planeado apresentar um quádruplo toe loop mas apenas efectuou um triplo (6.03pts). A combinação de triplo axel-duplo toe loop (9.92pts) foi punida com grau de execução negativo. O triplo flip foi transformado em duplo (2.22pts). Era suposto que ele tivesse apresentado uma combinação de triplo lutz-duplo toe loop-duplo loop mas Chan apenas realizou duplo lutz-duplo toe loop-loop simples (4.42pts). O único salto da segunda metade do esquema que correu como previsto foi o triplo loop (6.91pts). Todos os peões foram classificados com o nível 4 e totalizaram 12.63pts. A sequência coreográfica de nível 4 pontuou 5.60pts e a sequência coreográfica recebeu 3.80pts. No que diz respeito aos segmentos dos componentes, as médias de Chan voltaram a ser excelentes: 9.21 na perícia, 9.00 nas transições, 8.96 na performance, 9.18 na composição e 9.21 na interpretação da música.
Yuzuru Hanyu ficou em quarto lugar no programa curto com uma nota de 79.65pts. Os dois elementos iniciais do esquema foram punidos com grau de execução negativo: o quádruplo loop (3.00pts) e o triplo salchow (3.20pts). No loop faltaram 2/4 de volta para que a quarta rotação fosse completada. O salchow era suposto ter sido quádruplo. Com esta situação, Yuzuru ficou sem combinação e isso prejudicou imenso a sua nota técnica. O triplo axel (12.06pts) foi colocado na segunda metade do programa e, por esse motivo, recebeu bónus no valor base. Yuzuru conseguiu amealhar 2.71pts no axel só em grau de execução! Isso foi notável. O peão flying camel (3.23pts) foi classificado com o nível 3, o peão em baixo com mudança de pé (3.79pts) foi de nível 4 assim como o peão de combinação (4.50pts). A sequência de passos recebeu 5.70pts e foi de nível 4. As médias apuradas nos segmentos dos componentes ficaram aquém do que Yuzuru já recebeu noutras competições. Desta vez ele ficou com 8.93 na perícia, 8.71 nas transições, 8.71 na performance, 8.93 na composição e 8.89 na interpretação da música.
O patinador japonês venceu o programa livre com uma pontuação de 183.41pts. Ao quádruplo loop (3.00pts) inicial faltaram 2/4 de volta para que o salto fosse efectivamente completo. Além disso o patinador caiu na recepção do salto e foi aplicada uma dedução automática de um ponto. Esse acabou por ser o único elemento punido com grau de execução negativo em todo o esquema. Houve um outro erro no programa que ocorreu na combinação de duplo salchow-triplo toe loop (6.66pts). Essa combinação obteve grau de execução positivo mas não era isso que estava planeado. Yuzuru pretendia que o primeiro salto dessa combinação fosse um quádruplo salchow. Os restantes saltos foram os seguintes: quádruplo salchow isolado (12.50pts), triplo flip (6.00pts), quádruplo toe loop (11.76pts), combinação de triplo axel-duplo toe loop (12.64pts), combinação de triplo axel-loop simples-triplo salchow (16.03pts) e triplo lutz (7.90pts). Os peões foram todos classificados com o nível 4 e totalizaram 12.07pts. A sequência de passos foi de nível 3 e recebeu 4.23pts enquanto a sequência coreográfica obteve 3.50pts. Nos segmentos dos componentes as suas médias fixaram-se em 8.96 na perícia, 8.64 nas transições, 8.64 na performance, 8.93 na composição e 8.89 na interpretação da música. De salientar que o juiz n.º 8 limitou-se a atribuir 7.75 nos segmentos de performance e composição, o que não deixou de ser surpreendente.
O regresso do canadiano Kevin Reynolds aos grandes palcos da patinagem pautou-se por um terceiro lugar no programa curto com uma pontuação de 80.57pts. Ele colocou todos os elementos de salto na primeira metade do esquema: a combinação de quádruplo salchow-triplo toe loop (10.86pts), quádruplo toe loop (9.10pts) e triplo axel (8.79pts). A combinação perdeu 1.54pts do valor base devido ao grau de execução negativo visto que a última rotação do quádruplo salchow não foi efectivamente completado. Já o quádruplo toe loop ficou sem 1.20pts do valor base. No que diz respeito aos peões, o peão camel com mudança de pé (2.29pts) foi de nível 3 mas foi penalizado em sede de grau de execução. O peão flying upright atingiu o nível 4 e recebeu 2.97pts e apenas conseguiu grau de execução positivo por uma unha negra. O peão de combinação com mudança de pé foi de nível 3 e obteve 3.43pts. A sequência de passos alcançou o nível 4 e amealhou 5.20pts. As médias apuradas nos segmentos dos componentes que compõem a segunda nota foram de 7.50 na perícia, 7.32 nas transições, 7.75 na performance, 7.68 na composição e 7.68 na interpretação da música. No entanto verificaram-se algumas discrepâncias. No segmentos de perícia houve notas entre 6.75 e 8.25! No segmento de transições as notas balizaram-se entre 6.50 e 8.00!

No programa livre Reynolds ficou em terceiro lugar com uma nota de 164.49pts. Os saltos apresentados que receberam grau de execução positivo foram o quádruplo salchow (10.76pts), o quádruplo toe loop (11.73pts), o triplo axel (10.64pts), combinação de triplo lutz-duplo toe loop (8.13pts), combinação de triplo flip-duplo toe loop (8.01pts) e triplo salchow (5.14pts). A combinação de quádruplo toe loop-triplo toe loop (14.26pts) e o quádruplo salchow (1.67pts), que era suposto ter sido colocado em combinação, foram punidos com grau de execução negativo. No salchow quádruplo ele perdeu 4.00pts do valor base e sofreu também uma dedução automática de um ponto devido à queda sofrida. A sequência de passos (3.87pts) e os peões (total de 10.16pts) foram todos classificados com o nível 3. A sequência coreográfica rendeu-lhe 2.70pts. Nos segmentos dos componentes as suas médias fixaram-se em 7.82 na perícia, 7.50 nas transições, 8.07 na performance, 7.86 na composição e 7.96 na interpretação da música. 


Vídeos

Patrick Chan
Programa curto

Programa livre


Yuzuru Hanyu
Programa curto

Programa livre


Kevin Reynolds
Programa curto

Programa livre


Michal Brezina
Programa curto

Programa livre



Daniel Samohin
Programa curto


Programa livre



Misha Ge
Programa curto


Programa livre



Alexander Petrov
Programa curto

Programa livre



Takahito Mura
Programa curto


Programa livre



Liam Firus
Programa curto


Programa livre



Han Yan
Programa curto


Programa livre



Grant Hochstein
Programa curto


Programa livre



Ross Miner


Programa livre





Resultado final

GP Skate Canada 2016 - Pares

Skate Canada 2016


Em Mississauga (Canadá)

Entre os dias 27 e 30 de Outubro



Análise




Meagan Duhamel e Eric Radford eram os favoritos para conquistar a medalha de ouro nesta competição devido ao facto de serem detentores de dois títulos mundiais e de estarem a jogar em casa. Meagan e Eric confirmaram todo o favoritismo e arrecadaram a medalha de ouro. O par chinês Xiaoyu Yu & Hao Zhang, recém-formado, era uma incógnita mas deram excelentes indicações ao levar a medalha de prata para casa. Liubov Iliushechkina & Dylan Moscovitch (Canadá) fecharam o pódio com a medalha de bronze embora as coisas tenham tremido um pouco no programa livre. Os russos Yuko Kavaguti & Alexander Smirnov eram apontados como grandes candidatos às medalhas mas terminaram a prova bem longe do pódio.


Apesar de terem tido dois elementos punidos com grau de execução negativo, Meagan e Eric alcançaram a liderança do programa curto com uma pontuação de 78.39pts. O triplo twist (7.50pts) foi classificado com o nível 3 mas a figura de elevação (8.80pts), o peão (4.43pts), a sequência de passos (5.10pts) e a espiral da morte (4.90pts) cumpriram os critérios estabelecidos para o nível 4 que é o mais elevado. Já se sabe que quanto maior foi o nível maior será também o valor base do elemento. Os problemas neste programa ocorreram no triplo lutz lado-a-lado (5.90pts) e no triplo axel lançado (7.27pts). Esses foram os dois elementos punidos com grau de execução negativo. O lutz perdeu 0.10 e o axel perdeu 0.43. Não é habitual ver um par a tentar um triplo axel lançado mas deu a sensação que Meagan e Eric quiseram dar resposta a todo o entusiasmo gerado em torno do par alemão Aliona Savchenko & Bruno Massot. É que Aliona e Bruno avisaram bem cedo que iriam tentar o triplo axel lançado e que queriam a fasquia da dificuldade bem elevada. Os alemães não competiram nesta prova mas o desafio foi lançado. Nos segmentos dos componentes que fazem parte da segunda nota, as médias alcançadas por Meagan e Eric foram consistentes e fixaram-se em 8.61 na perícia, 8.36 nas transições, 8.75 na performance, 8.75 na composição e 8.64 na interpretação da música.


No programa livre, Meagan e Eric ficaram em primeiro lugar com uma pontuação de 139.91pts. O triplo twist de nível 3 foi o elemento de abertura e conquistou 7.40pts. Seguiram-se dois elementos punidos com grau de execução negativo: o triplo lutz lado-a-lado (5.30pts) e o quádruplo salchow lançado (5.20pts). A queda no quádruplo salchow lançado levou a que tivesse de ser aplicada uma dedução automática de um ponto. Mesmo assim, a aposta no risco compensou. É que esses dois elementos têm valores base elevados e, apesar da aplicação de grau de execução negativo, ainda pontuaram bastante. Houve um outro elemento no programa que foi penalizado em sede de grau de execução. Tratou-se da combinação de triplo toe loop-duplo toe loop-duplo toe loop (6.10pts) que ficou sem 0.80 no valor base. O segundo salto lançado apresentado por este par foi o triplo flip que lhes valeu mais 6.20pts. As figuras de elevação (total de 23.47pts), os peões (total de 9.58pts) e a espiral da morte (5.90pts) foram classificados com o nível 4. Na sequência coreográfica, eles conseguiram amealhar mais 3.20pts. Em termos técnicos há que destacar que o painel de juízes não esteve de acordo quanto à marcação do grau de execução no triplo twist. O juiz n.º 6 marcou -3 mas o juiz n.º 2 marcou +3, ou seja, foram de um extremo ao outro… Na construção da nota de apresentação, as médias conquistadas nos segmentos dos componentes foram de 8.64 na perícia, 8.46 nas transições, 8.61 na performance, 8.64 na composição e 8.50 na interpretação da música.


Muitos fãs estavam relutantes sobre a parceria de Xiaoyu Yu e Hao Zhang mas eles demonstraram que têm potencial. No programa curto eles ficaram em segundo lugar com uma pontuação de 69.43pts. Apenas um elemento foi punido com grau de execução negativo. O elemento penalizado foi o peão (3.33pts). O peão cumpriu os critérios para alcançar o nível 4 mas a execução deixou um pouco a desejar, tendo perdido 0.17 no valor base. O triplo twist (8.10pts), a figura de elevação (8.50pts), a sequência de passos (4.50pts) e a espiral da morte (4.40pts) atingiram o nível 4. Como salto lado-a-lado eles apresentaram um triplo toe loop que ficou com 4.60pts. O salto lançado efectuado foi o triplo loop (6.40pts). As médias nos segmentos dos componentes foram promissoras para um par que está junto à pouco tempo: 7.64 na perícia, 7.18 nas transições, 7.36 na performance, 7.54 na composição e 7.29 na interpretação da música. Neste último segmento, o juiz n.º 9 apenas marcou 5.75 o que me parece que foi um pouco severo.


No programa livre, Yu e Zhang garantiram o segundo lugar com uma nota de 132.65pts. Desta vez eles tiveram dois elementos punidos com grau de execução negativo: o duplo axel lado-a-lado (3.09pts) e o peão em paralelo (2.20pts). Se há elementos em que este par chinês tem de melhorar são os peões. O peão em paralelo apenas chegou para o nível 2 e o peão de par (3.21pts) foi meramente de nível 1. Como sabem o valor base dos peões é determinado pelo nível. Quanto mais baixo for o nível mais baixo será o valor base. O triplo twist (8.70pts), a espiral da morte (5.90pts) e todas as figuras de elevação (total de 22.50pts) atingiram todos o nível 4. A combinação de saltos lado-a-lado foi de triplo toe loop-duplo toe loop (5.80pts). Os saltos lançados realizados foram o triplo loop (7.00pts) e o triplo salchow (5.90pts). Na sequência coreográfica eles amealharam 3.10pts. As médias apuradas nos segmentos dos componentes que fazem parte da segunda nota foram de 8.32 na perícia, 7.93 nas transições, 8.21 na performance, 8.14 na composição e 8.18 na interpretação da música. Em termos de escala individual de cada juiz nos segmentos dos componentes, o juiz n.º 4 foi o único que destoou um pouco dos seus colegas de painel ao atribuir apenas 6.75 nas transições e na composição.


Lubov Iliushechkina & Dylan Moscovitch ficaram em terceiro lugar quer no programa curto (67.53pts) como no programa livre (122.69pts).


No programa curto, Lubov e Dylan falharam no salto lado-a-lado. Eles tinham previsto realizar um triplo toe loop mas o elemento apenas foi cotado como duplo e não foi bom em termos de execução. O duplo toe loop ficou apenas com 0.73pts. No triplo lutz lançado eles receberam 6.70pts. O triplo twist (6.90pts) foi de nível 2 e a espiral da morte (4.20pts) foi de nível 3. A figura de elevação (8.70pts), o peão (4.07pts) e a sequência de passos (5.10pts) foram classificados com o nível 4. As suas médias nos segmentos dos componentes foram boas e fixaram-se em 7.71 na perícia, 7.54 nas transições, 7.89 na performance, 7.89 na composição e 7.89 na interpretação da música.


No programa livre, Lubov e Dylan tiveram três elementos punidos com grau de execução negativo e sofreram dois pontos de dedução automática devido a quedas. Os problemas ocorreram no triplo lutz lançado (3.50pts), na combinação que foi meramente cotada como triplo toe loop (0.90pts) e no duplo salchow lado-a-lado (0.93pts). A patinadora caiu na recepção do triplo lutz lançado e por isso não havia maneira desse elemento escapar da penalização. Na combinação de saltos, a patinadora caiu na recepção do triplo toe loop, que ainda por cima foi incompleto em termos de rotação. Devido a essa queda, Lubov não teve possibilidades de efectuar o segundo salto da combinação. Como tal, apesar de Dylan ter realizado o segundo salto, o código de pontos só permite que seja valorado o primeiro salto nestas situações. Quanto ao salchow lado-a-lado, se verificarem o vídeo da prestação deles podem reparar que Lubov apenas realizou um salto duplo. O triplo twist (7.40pts) foi de nível 2 e a espiral da morte (5.20pts) foi de nível 3. As figuras de elevação totalizaram 23.20pts e atingiram todas o nível 4. Os peões foram ambos classificados com o nível 4 e contribuíram com mais 9.22pts para a nota técnica. O segundo salto lançado do esquema foi o triplo loop que recebeu 5.80pts. A sequência coreográfica rendeu-lhes 3.40pts. Na segunda nota, as médias apuradas nos segmentos dos componentes foram de 8.14 na perícia, 7.93 nas transições, 8.11 na performance, 8.21 na composição e 8.32 na interpretação da música.


Yuko Kavaguti e Alexander Smirnov não têm tido sorte com as lesões graves que os têm afectado a ambos. Os antigos campeões da Europa estiveram longe da sua melhor forma física nesta competição e terminaram bem longe da medalha de ouro – que era o seu objectivo.


Yuko e Alexander ficaram em quinto lugar no programa curto com uma nota de 64.40pts. Houve dois elementos no esquema que foram punidos com grau de execução negativo: o triplo toe loop lado-a-lado (2.20pts) e o peão (2.61pts). Para além de perderem pontos em sede de grau de execução no salto lado-a-lado, também houve lugar à aplicação de um ponto de dedução devido a queda. O triplo twist (6.60pts) e o peão foram classificados com o nível 3. A figura de elevação (8.80pts) e a sequência de passos (4.70pts) atingiram o nível 4. No entanto, a espiral da morte foi meramente de nível 1, que é o básico, e eles apenas receberam 3.30pts nesse elemento. No triplo loop lançado eles conseguiram arrecadar 6.00pts. Nos segmentos dos componentes, as suas médias fixaram-se em 7.96 na perícia, 7.75 nas transições, 7.64 na performance, 7.96 na composição e 7.68 na interpretação da música.


No programa livre Yuko e Alexander obtiveram uma nota de 118.35pts. Os saltos lado-a-lado correram mal e tiveram de ser penalizados em sede de grau de execução. O triplo toe loop ficou apenas com 0.70pts, tendo ainda havido lugar à aplicação de uma dedução automática de um ponto devido a queda. Era suposto que este par tivesse realizado uma sequência de duplo axel-duplo axel mas ela apenas pôde ser cotada como axel simples-duplo axel (2.95pts). O triplo twist foi de nível 2 e conseguiu 6.20pts. Apesar de ter obtido grau de execução positivo, quatro juízes do painel não ficaram nada convencidos e três marcaram 0 enquanto outro marcou -2. O peão de par (2.39pts) apenas cumpriu os requisitos mínimos e ficou com o nível 1. O peão lado-a-lado foi de nível 4 e recebeu 4.00pts. Como saltos lançados, Yuko e Alexander apresentaram um triplo salchow (4.90pts) e um triplo loop (6.00pts). A espiral da morte obteve 3.60pts e foi de nível 3. As figuras de elevação atingiram todas o nível 4 e totalizaram 21.63pts. A sequência coreográfica rendeu-lhes 3.10pts. Nos segmentos dos componentes as médias apuradas foram as seguintes: 7.86 na perícia, 8.14 nas transições, 7.82 na performance, 8.29 na composição e 7.82 na interpretação da música.





Vídeos

Duhamel & Radford
Programa curto

Programa livre


Yu & Zhang
Programa curto

Programa livre


Iliushechkina & Moscovitch
Programa curto

Programa livre


Denney & Frazier
Programa curto

Programa livre


Kavaguti & Smirnov
Programa curto

Programa livre


Della Monica & Guarise
Programa curto

Programa livre


Jones & Reagan
Programa curto

Programa livre



Resultado final





GP Skate Canada 2016 - Senhoras

Skate Canada 2016



Em Mississauga (Canadá)


Entre os dias 28 e 29 de Outubro




Análise




A competição de senhoras ficou marcada pela presença de várias patinadoras consagradas e foi de muito bom nível.


A russa Evgenia Medvedeva, campeã mundial 2016, demonstrou que se mantém em alta. Evgenia teve uma estreia retumbante no escalão sénior durante a temporada passada e ganhou os principais títulos em disputa de forma categórica. Houve quem levantasse dúvidas sobre a capacidade de Evgenia em lidar com o todo o sucesso que ela teve, achando que ela seria incapaz de repetir o mesmo calibre de programas. Evgenia provou que tem continuado a trabalhar com afinco e apresentou-se no Skate Canada numa forma física acima da média para a fase da época em que nos encontramos. Esta temporada, ela já participou no Open do Japão mas esta foi a grande estreia em termos de competições mais relevantes. 


Evgenia começou a sua participação em grande com um recorde pessoal no programa curto onde obteve a nota de 76.24pts. E o programa que ela patinou valeu bem todos os pontinhos que recebeu. O esquema foi desenhado de modo a que todos os saltos fossem realizados na segunda metade do programa de modo a beneficiar de pontuação bónus no valor base. E foi precisamente isso que ela fez. A combinação de triplo flip-triplo toe recebeu 11.96pts, o triplo loop ficou com 6.61pts e o duplo axel pontuou 4.56pts. Os peões foram todos classificados com o nível máximo que é o 4 e totalizaram 12.69pts. A sequência de passos também foi de nível 4 e ficou com 5.40pts. Nos segmentos dos componentes que fazem parte da segunda nota, Evgenia ficou com médias de 8.68 na perícia, 8.43 nas transições, 8.96 na performance, 8.71 na composição e 9.00 na interpretação da música. Na minha opinião, a coreografia deste programa é lindíssima e Evgenia interpretou-a lindamente. Quase de certeza que este programa entrará na lista dos melhores momentos da temporada.


O programa livre de Evgenia recebeu 144.41pts. O esquema foi iniciado com uma combinação de triplo flip-triplo toe loop (11.20pts), a que se seguiu um triplo lutz (6.60pts). O lutz levou uma advertência devido ao facto da definição de entrada não ter sido clara. O terceiro elemento foi o peão flying camel (4.50pts) e depois foi a vez da sequência de passos (5.40pts). Quando a sequência de passos terminou, já tinha sido ultrapassada a marca de tempo para a segunda metade do programa. Evgenia fez um triplo loop (6.81pts), um triplo flip (7.33pts), uma combinação de duplo axel-duplo toe loop-duplo toe loop (7.06pts), uma combinação de triplo salchow-triplo toe loop (9.97pts) e um duplo axel (2.03pts). Nestes últimos elementos de saltos ela oscilou um pouco na recepção. O duplo axel foi mesmo o único elemento do esquema a ser penalizado em sede de grau de execução até porque faltou cerca de ¼ de volta para ser efectivamente completado. O décimo elemento foi a sequência coreográfica que lhe permitiu amealhar mais 3.40pts para a nota técnica. O peão de combinação (4.43pts) e o peão layback (4.13pts) encerraram o programa. As suas médias nos segmentos dos componentes que fazem parte da segunda nota foram as seguintes: 8.86 na perícia, 8.71 nas transições, 9.04 na performance, 9.04 na composição e 9.07 na interpretação da música.


Os dois programas de Evgenia foram coreografados por Ilya Averbukh (campeão mundial de dança em 2002 e vice-campeão olímpico no mesmo ano). Ilya foi também o criador do programa livre que Evgenia apresentou durante toda a temporada passada bem como do famosíssimo programa livre que Julia Lipnitskaya patinou durante a temporada 2013/2014. Ele é um excelente coreógrafo e sabe trabalhar com patinadoras mais jovens. Há uma certa sensibilidade que ele consegue transmitir nos programas que cria para estas jovens atletas. Só que desta vez Ilya conseguiu irritar muitos fãs dos Estados Unidos. É que o programa livre de Evgenia tem como base uma homenagem às vítimas do atentado ocorrido em 11/09/2001. Isso é um tópico sensível para os estado-unidenses e as críticas não se fizeram esperar em vários fóruns. Coisas desde “ela não tem idade para patinar isto” como “ela não é americana e isto é uma afronta” fizeram parte de vários comentários. Claro que, na sequência, Ilya foi acusado de insensibilidade quanto a esta matéria. Eu pergunto o porquê desta indignação. Ainda na temporada passada o par italiano Guignard & Fabbri patinou uma dança livre sobre o holocausto. E quanto à idade? Por essa ordem de ideias ninguém podia inspirar-se num tema histórico porque não viveu nessa época... Na minha opinião o programa é bom, está bem construído e tem tudo para ser um sucesso.


A canadiana Kaetlyn Osmond passou um mau bocado devido a uma lesão que lhe provocou uma paragem prolongada. Depois de um excelente resultado no Troféu Finlândia em que ficou à frente de Mao Asada e de Anna Pogorilaya, Kaetlyn ficou com a medalha de prata no Skate Canada. É caso para dizer que está a ter uma excelente fase inicial de temporada.


Kaetlyn brilhou no programa curto e recebeu uma nota de 74.33pts. Todos os elementos técnicos beneficiaram de grau de execução positivo. Ela entrou a matar com uma combinação de triplo flip-triplo toe loop (11.20pts), a que se seguiu um triplo lutz (7.30pts). O terceiro elemento foi um peão flying camel (4.06pts). O duplo axel foi colocado na segunda metade do programa e pontuou 4.70pts. Seguiram-se o peão layback (3.77pts), a sequência de passos (5.40pts) e o peão de combinação (4.50pts). Todos os peões e a sequência de passos foram classificados com o nível 4. Na segunda nota, as médias obtidas por esta patinadora nos segmentos dos componentes foram de 8.18 na perícia, 8.07 nas transições, 8.68 na performance, 8.29 na composição e 8.54 na interpretação da música. A coreografia do programa curto é muito gira e Kaetlyn consegue interpretá-la com muito estilo. A jovem canadiana tem uma presença forte em pista e é muito carismática. Penso que este programa serve quase como um cartão de apresentação da sua carreira pois demonstra bem todas as qualidades de Kaetlyn.


O programa livre não teve o mesmo impacto que o curto. Kaetlyn cometeu alguns erros e ficou com uma pontuação de 132.12pts. O erro mais grave ocorreu no triplo loop pois a terceira rotação foi incompleta e a patinadora caiu na recepção. Todos os juízes marcaram -3 no grau de execução desse elemento. O triplo loop terminou com 1.86pts. Na prática, ela ficou meramente com 0.86pts pois foi-lhe ainda aplicada uma dedução automática de um ponto devido à queda. O triplo lutz perdeu 0.20pt em sede de grau de execução e ficou com 5.80pts. A definição de entrada desse salto não foi feita com precisão e clareza pelo que isso prejudicou a avaliação do salto. A combinação de duplo axel-duplo toe loop (4.31pts) também foi punida com grau de execução negativo. Os restantes elementos conseguiram grau de execução positivo. A combinação de triplo flip-triplo toe loop foi o elemento mais valioso ao receber 11.20pts. O triplo flip isolado ficou com 6.93pts. A combinação de triplo salchow-duplo toe loop-duplo loop recebeu 9.15pts e o duplo axel isolado pontuou 4.49pts. Os peões alcançaram todos o nível 4 e totalizaram 12.63pts. A sequência de passos atingiu o nível 4 e obteve 5.50pts. Na sequência coreográfica foram-lhe atribuídos 3.50pts. As suas médias nos segmentos dos componentes foram fixadas em 8.39 na perícia, 8.32 nas transições, 8.46 na performance, 8.54 na composição e 8.64 na interpretação da música.


A medalha de prata conquistada por Kaetlyn Osmond gerou alguma polémica em alguns fóruns pois vários fãs acharam que a japonesa Satoko Miyahara foi prejudicada pelo ajuizamento.


Realmente houve uma coisa surpreendente no ajuizamento do programa livre de Satoko Miyahara. É que a sequência de passos foi completamente invalidada. Por esse motivo, ela não pôde receber qualquer ponto nesse elemento. E por que é que essa sequência de passos foi invalidada? Boa pergunta… A única explicação que eu considero possível é que o painel técnico deve ter entendido que Satoko não cumpriu o critério de ter estendido a sequência de passos por toda a pista. No entanto isso podia ter sido avaliado em sede de grau de execução. Quando vi o programa pela primeira vez não me apercebi de qualquer problema grave com esse elemento que justificasse essa circunstância. Isso implicou que ela perdesse cerca de 5.00/5.50 pontos. Mas essa não foi a única coisa que afectou o seu resultado. Foram três os elementos de salto punidos com grau de execução negativo no programa livre. O triplo flip isolado (4.80pts) perdeu pontos devido ao facto da definição de entrada não ter sido clara. A combinação de triplo lutz-duplo toe loop-duplo loop (6.68pts) foi penalizada com grau de execução negativo pois a última rotação do lutz e a segunda rotação do loop não foram efectivamente completadas. O triplo salchow (2.81pts) perdeu 0.60 do valor base porque a terceira rotação não foi realmente efectuada. No que diz respeito à combinação de duplo axel-triplo toe loop, esta foi apresentada na segunda metade do esquema e ficou meramente com o valor base de 8.36pts. Os restantes saltos beneficiaram de grau de execução positivo e foram um triplo loop (6.00pts), uma combinação de triplo lutz-triplo toe loop (11.20pts) e um duplo axel (3.84pts). O peão layback foi um dos momentos altos do programa e recebeu sete marcações de +3 na escala do grau de execução. Os peões foram todos classificados com o nível 4 e totalizaram 12.33pts. A sequência coreográfica rendeu-lhe 3.40pts. As suas médias nos segmentos dos componentes foram consistentes e fixaram-se em 8.46 na perícia, 8.21 nas transições, 8.39 na performance, 8.46 na composição e 8.61 na interpretação da música. Destaque para o juiz n.º 8 que marcou a nota de 9.25 na interpretação da música e não me pareceu nada exagerado tendo em conta a magnifica prestação artística no trabalho do tema.


No programa curto, a Satoko ficou em quinto lugar com uma pontuação de 65.24pts. A sua nota não foi melhor devido ao facto de dois elementos de salto terem sido punidos com grau de execução negativo. Foi o que ocorreu na combinação de triplo lutz-triplo toe loop (9.30pts) e no triplo flip (2.22pts). Na combinação, a terceira rotação do toe loop não foi efectivamente completada. A definição de entrada no triplo flip foi feita com a lâmina posicionada de forma claramente errada para além de ter faltado cerca de ¼ de volta para que a terceira rotação fosse completa. O único salto que não teve problemas foi o duplo axel inicial que pontuou 4.01pts. O peão layback voltou a estar em destaque e fez o pleno em sede de grau de execução com o +3 a ser marcado por todos os juízes. Os peões totalizaram 12.26pts e atingiram todos o nível 4. A sequência de passos foi classificada com o nível 3 e recebeu 4.30pts. Nos segmentos dos componentes que fazem parte da nota de apresentação, as médias apuradas foram de 8.32 na perícia, 8.07 nas transições, 8.29 na performance, 8.32 na composição e 8.43 na interpretação da música.


Elizaveta Tuktamysheva, campeã mundial em 2015, teve de contentar-se com o quarto lugar. Elizaveta apareceu nesta competição com uma abordagem conservadora e nem sequer esboçou a tentativa de arriscar o triplo axel, como fez em provas passadas. Depois de dar uma espreitadela pelos fóruns em língua inglesa, verifiquei que a maior parte dos fãs que se manifestaram não se mostraram convencidos com a escolha de programas feita por este atleta. Na minha opinião faltou um pouco de chama do ponto de vista artístico e em termos técnicos era necessário ir buscar mais pontos nos graus de execução.


Elizaveta foi terceira classificada no programa curto com uma nota de 66.79pts. Ela começou o programa com uma combinação de triplo toe loop-triplo toe loop (10.00pts). O triplo lutz (6.90pts) e o duplo axel (4.56pts) foram realizados na segunda metade do esquema para beneficiarem de bónus no valor base. A sequência de passos foi classificada com o nível 3 e pontuou 4.01pts. Os peões atingiram todos o nível 4 e garantiram-lhe 10.62pts. As médias nos segmentos dos componentes que compõem a segunda nota fixaram-se em 7.82 na perícia, 7.36 nas transições, 7.79 na performance, 7.57 na composição e 7.82 na interpretação da música. Apesar das médias parecerem razoáveis, Elizaveta não convenceu todos os juízes. Dois juízes marcaram-lhe apenas 6.75 no segmento da composição e 6.50 nas transições. Estes são sinais de alerta para melhorar.


No programa livre, Elizaveta desceu para o quinto lugar com uma nota de 121.20pts. Era suposto que esta patinadora tivesse iniciado o esquema com uma combinação de triplo toe loop-triplo toe loop mas apenas realizou um triplo toe loop (4.00pts) que acabou punido com grau de execução negativo. O décimo elemento deveria ter sido um duplo axel mas ela apenas realizou um axel simples que terminou meramente com o valor base de 1.21pts. Os outros saltos efectuados foram uma combinação de triplo lutz-duplo toe loop-duplo loop (10.00pts), combinação de triplo flip-duplo toe loop (6.80pts), triplo loop (6.00pts), triplo lutz (7.70pts) e sequência de triplo salchow-duplo axel (7.88pts). O peão flying sit e o peão de combinação cumpriram os critérios para a classificação de nível 4 mas o peão layback foi de nível 3. A pontuação total dos peões foi de 10.05pts. A sequência de passos foi de nível 3 e obteve 3.94pts. A sequência coreográfica permitiu-lhe amealhar mais 2.60pts. Nos segmentos dos componentes as médias apuradas foram de 7.89 na perícia, 7.32 nas transições, 7.54 na performance, 7.68 na composição e 7.71 na interpretação da música. No segmento de transições ela teve notas entre 6.00 e 8.00, sendo que não me parece que o que ela apresentou aqui tivesse chegado para a marca de 8.00. No segmento de composição ela teve notas balizadas entre 6.75 e 8.50. Estas discrepâncias são significativas e Elizaveta tem mesmo de fazer algo em relação à construção dos seus programas pois a sua prestação neste grande prémio apenas dá a sensação de que ela regrediu.

Vídeos

Evgenia Medvedeva
Programa curto

Programa livre


Kaetlyn Osmond
Programa curto

Programa livre




Satoko Miyahara
Programa curto

Programa livre


Elizaveta Tuktamysheva
Programa curto

Programa livre


Alaine Chartrand
Programa curto

Programa livre


Rika Hongo
Programa curto

Programa livre


Dabin Choi
Programa curto

Programa livre


Nahyun Kim
Programa curto

Programa livre


Mirai Nagasu
Programa curto

Programa livre


Joshi Helgesson
Programa curto

Programa livre


Yuka Nagai
Programa curto

Programa livre


Resultado Final

GP Skate America 2016 - Homens

Skate America 2016



Chicago (Estados Unidos)


Entre os dias 20 e 23 de Outubro




Análise


A competição correu bem aos atletas dos Estados Unidos pois conseguiram a medalha de prata e a medalha de bronze perante o seu público. Jason Brown e Adam Rippon fizeram as delícias da sua vasta legião de fãs e patinaram de maneira que superou as expectativas. O vencedor acabou por ser o japonês Shoma Uno que conquistou a medalha de ouro de forma categórica. Um dos favoritos a um lugar no pódio era o chinês Boyang Jin pois ele venceu a medalha de bronze nos mundiais da temporada passada. Só que Jin teve de contentar-se com o quinto lugar. Na disputa interna na equipa russa, Sergei Voronov levou a melhor sobre o seu compatriota Maxim Kovtun.


Shoma Uno foi primeiro classificado tanto no programa curto como no programa livre. Uno patinou e encantou.


No programa curto, Uno obteve uma nota de 89.15pts. A sua nota podia ter sido melhor não tivesse sido o caso de todos os saltos terem sido penalizados em sede de grau de execução. O quádruplo flip perdeu 0.51 do valor base de 12.30, a combinação de quádruplo toe loop-triplo toe loop perdeu 4.00pts do valor base de 13.30pts e o triplo axel perdeu 0.14 do valor base de 9.35pts. Como podem reparar, o esquema de saltos deste patinador é super ambicioso. Além disso ele é o único patinador que está a apresentar o quádruplo flip. Apesar dessas penalizações o programa curto não foi nenhum desastre. O erro mais grave ocorreu na combinação pois ele caiu. Essa queda fez com que fosse aplicada uma dedução automática de um ponto. O peões foram todos classificados com o nível 4 e receberam um total de 12.34pts. A sequência de passos foi de nível 3 e obteve 4.23pts. Quanto aos segmentos que fazem parte da nota dos componentes, as suas médias fixaram-se em 8.75 na perícia, 8.39 nas transições, 8.68 na performance, 8.71 na composição e 8.75 na interpretação da música.


O programa livre correu muito melhor e recebeu uma nota de 190.19pts. Shoma Uno, apesar de ser um patinador que passou ao escalão sénior há pouco tempo, tem uma presença fantástica e é muito carismático. Espero que vejam o vídeo do programa livre dele porque vale mesmo a pena. E digam lá se ele não tem alguns movimentos que fazem lembrar o saudoso Daisuke Takahashi? Em termos técnicos houve apenas um elemento punido com grau de execução negativo. Isso ocorreu no triplo axel isolado apresentado na segunda metade do esquema visto que o patinador caiu na recepção do salto. Esse triplo axel ficou com uma pontuação de 3.49pts. A queda fez com que tivesse de ser aplicada uma dedução automática de um ponto. Os outros saltos realizados no programa tiveram sucesso: quádruplo flip (13.73pts), quádruplo toe loop (12.59pts), triplo loop (6.10pts), combinação de triplo axel-triplo toe loop (16.51pts), combinação de quádruplo toe loop-duplo toe loop (14.19pts), triplo lutz (7.30pts) e triplo salchow (5.54pts). É um esquema de saltos impressionante. O quádruplo flip e a combinação de triplo axel-triplo toe loop foram os grandes destaques do programa na minha opinião. Os peões alcançaram todos o nível 4 e obtiveram um total de 12.77pts. A sequência de passos rendeu-lhe 4.59pts e a sequência coreográfica permitiu-lhe amealhar mais 3.30pts. Nos segmentos dos componentes as suas médias fixaram-se em 9.11 na perícia, 8.86 nas transições, 9.21 na performance, 9.11 na composição e 9.25 na interpretação da música. Mesmo com o erro no triplo axel isolado, esta foi uma prestação de encher o olho.


Jason Brown conquistou a medalha de prata e também encantou. Ele é um dos melhores patinadores da actualidade no que diz respeito a qualidade base de patinagem, peões, transições e interpretação. Brown esteve parado durante algum tempo devido a lesão mas parece que conseguiu recuperar a sua melhor forma.


No programa curto Jason Brown foi terceiro classificado com uma nota de 85.75pts. Este patinador arriscou um quádruplo toe loop que ainda é um elemento novo para ele. Desta vez não teve sucesso e caiu. Por causa da queda foi necessário aplicar um ponto de dedução de forma automática. O salto foi punido com grau de execução negativo e ficou com 6.30pts. Ele conseguiu amealhar 10.50pts no triplo axel e recebeu 12.33pts na combinação de triplo lutz-triplo toe que foi realizada na segunda metade do esquema. O maior problema no seu programa curto, para além da queda no quádruplo, aconteceu no segundo peão pois o controlador técnico determinou que o elemento foi inválido. Brown falhou na transição entre posições durante o peão, penso que na passagem da primeira para a segunda, e ficou com 0.00 nesse elemento. O peão flying sit e o peão de combinação atingiram o nível 4 e receberam 8.29pts. A sequência de passos também foi de nível 4 e obteve 5.90pts. Nos segmentos dos componentes do programa, as suas médias foram as seguintes: 8.50 na perícia, 8.57 nas transições, 8.71 na performance, 8.79 na composição e 8.86 na interpretação da música.


Jason Brown foi segundo classificado no programa livre com 182.63pts. Apesar de não ter sido uma prestação isenta de erros, o programa foi espantoso. Os erros aconteceram no quádruplo toe loop e na combinação de triplo flip-triplo toe loop. O quádruplo toe loop perdeu 1.03 do valor base de 8.00pts pois faltou ¼ de volta para que a quarta rotação fosse efectivamente completada. A combinação de triplo flip-triplo toe loop, efectuada na segunda metade do esquema, foi penalizada em 0.10 no valor base de 10.56pts pois a definição de entrada no flip não foi realizada de forma clara. Os outros saltos efectuados no esquema foram uma combinação de triplo axel-duplo toe loop (11.37pts), triplo axel (9.78pts), triplo lutz (7.80pts), duplo axel (4.13pts), triplo loop (6.41pts) e uma maravilhosa combinação de triplo lutz-loop simples-triplo salchow (13.19pts). O primeiro peão recebeu 4.70pts e o segundo peão obteve 4.50pts, sendo que ambos foram classificados com o nível 4. O terceiro peão foi de nível 3 e ficou com 4.00pts. Na sequência de passos de nível 4 e na sequência coreográfica, ele obteve 5.60pts e 3.70pts respectivamente. Nos segmentos dos componentes do programa as suas médias foram as seguintes: 8.89 na perícia, 8.79 nas transições, 9.11 na performance, 9.04 na composição e 9.18 na interpretação da música.


Adam Rippon tem imensos fãs espalhados por todo o mundo e nestas últimas temporadas tem-se tornado numa espécie de ícone gay do nosso amado desporto. O seu novo programa curto vem um pouco nesta sequência e resultou às mil maravilhas junto do público que assistiu ao vivo ao Skate America.


No programa curto a nota de Rippon foi de 87.32pts permitiu-lhe ficar em segundo lugar nessa fase da competição. Esquema foi iniciado com uma combinação de triplo flip-triplo toe loop (10.50pts) a que se seguiu um triplo axel (9.79pts). O terceiro elemento foi um peão de combinação que atingiu o nível 4 e recebeu 4.57pts. Já na segunda metade do esquema ele efectuou um triplo lutz (7.60pts). O peão flying camel (3.99pts) também foi de nível 4. A sequência de passos (4.44pts) e o último peão (3.53pts) foram de nível 3. As médias obtidas por este patinador nos segmentos dos componentes foram as seguintes: 8.43 na perícia, 8.18 nas transições, 8.79 na performance, 8.61 na composição e 8.89 na interpretação da música.


Adam Rippon foi terceiro classificado no programa livre com uma nota de 174.11pts. O único elemento punido com grau de execução negativo foi a tentativa de quádruplo toe loop pois Rippon caiu na recepção do salto. O quádruplo perdeu 4.00pts do valor base de 6.30pts. A queda também teve como consequência a aplicação de uma dedução automática de um ponto. Em várias ocasiões passadas, Rippon tentou o quádruplo lutz mas desta vez decidiu atacar o toe loop. Talvez seja uma boa opção estratégica para ele. O restante esquema de saltos foi o seguinte: combinação de triplo flip-triplo toe loop (10.50pts), triplo salchow (4.70pts), combinação de triplo axel-duplo toe loop (12.21pts), triplo axel (10.64pts), combinação de triplo lutz-duplo toe loop-duplo loop (10.11pts), triplo loop (6.31pts) e triplo lutz (8.10pts). O primeiro peão (3.51pts) e a sequência de passos (4.16pts) foram classificados com o nível 3. Os outros peões foram de nível 4 e receberam 9.21pts. A sequência coreográfica obteve 3.50pts. As suas médias nos segmentos dos componentes fixaram-se em 8.50 na perícia, 8.21 nas transições, 8.75 na performance, 8.68 na composição e 8.79 na interpretação da música.


O russo Sergei Voronov foi quinto classificado tanto no programa curto como no livre e parece ter voltado a ganhar confiança em si mesmo. Comparado com o que ele passou na temporada passada, a mudança de treinadora parece ter sido uma boa opção. Voronov está agora integrado no grupo de Inna Goncharenko e treina ao lado de Elena Radionova e Maxim Kovtun.


No programa curto Voronov recebeu uma pontuação de 78.68pts. Ele começou o programa com um quádruplo toe loop mas caiu na recepção. O elemento foi penalizado em 4.00 em sede de grau de execução e ficou com 6.30pts. Esse quádruplo era suposto ter sido parte da combinação mas por causa da queda ele teve de improvisar uma solução. Ficar sem combinação no programa curto é um erro muito grave. Voronov não perdeu a calma e transformou o salto isolado na combinação. Assim ele fez um triplo loop-triplo toe loop (10.64pts) na segunda metade do esquema. O triplo axel (10.35pts) também foi efectuado na segunda metade do programa. O quádruplo toe loop ficou então cotado como o salto isolado. Os peões foram todos classificados com o nível 4 e totalizaram 11.06pts. A sequência de passos foi de nível 3 e permitiu-lhe amealhar 3.73pts. Nos segmentos dos componentes as médias apuradas foram de 7.71 na perícia, 7.18 nas transições, 7.57 na performance, 7.57 na composição e 7.57 na interpretação da música.


O programa livre de Voronov recebeu 166.60pts. O primeiro elemento foi um quádruplo toe loop impressionante que pontuou 12.30pts. A combinação de triplo axel-duplo toe loop (11.23pts) também foi bem executada. Ele apresentou uma combinação de triplo toe loop-triplo toe loop (9.80pts). Eu penso que com o evoluir da temporada não será descabido considerar o plano de transformar esta combinação em quádruplo-toe loop. Na segunda metade do esquema, Voronov executou um triplo axel (10.07pts), um triplo flip (3.27pts), um triplo lutz (7.40pts), uma combinação de triplo loop-duplo toe loop-duplo loop (9.92pts) e um duplo axel (4.13pts). O triplo flip foi o único elemento punido com grau de execução negativo devido ao facto da definição de entrada ter sido incorrecta. Os peões totalizaram 10.92pts e atingiram todos o nível 4. A sequência de passos foi de nível 3 e recebeu 4.16pts. A sequência coreográfica ficou com 2.80pts. As suas médias nos segmentos dos componentes foram de 8.18 na perícia, 7.54 nas transições, 8.36 na performance, 8.11 na composição e 8.11 na interpretação da música. Apesar de não ter conseguido conquistar uma medalha, eu penso que este foi um bom resultado para Voronov tendo em consideração o que se passou na época passada.


Quanto ao chinês Boyang Jin, eu fiquei com a impressão que ele está em fase de maturação. Na temporada passada ele deslumbrou por causa dos saltos mas houve muita gente que o criticou devido aos componentes. Esta época parece que ele está focado em desenvolver os aspectos referentes à performance, à composição e à interpretação da música. Talvez devido a ainda se estar a habituar a coreografias mais exigentes, desta vez ele cometeu diversos erros nos saltos.


Maxim Kovtun tem talento e tem muitas capacidades mas voltou a falhar num evento internacional mesmo tendo bons programas para mostrar. Tal como Voronov, Kovtun também mudou de treinadora no final da temporada passada mas talvez lhe fizesse falta ser acompanhado por um psicólogo desportivo. É que nos treinos ele parece excelente e depois chega a certas competições e erra sem se perceber muito bem porquê. No passado, atletas como Alexei Yagudin recorreram ao auxílio de um psicólogo desportivo e as coisas mudaram para melhor. Quem sabe se Kovtun precisa de uma solução igual para poder desbloquear.




Vídeos


Shoma Uno
Programa curto


Programa livre



Jason Brown
Programa curto


Programa livre


Adam Rippon
Programa curto


Programa livre



Boyang Jin
Programa curto


Programa livre



Nam Nguyen
Programa curto


Programa livre



Maxim Kovtun
Programa curto


Programa livre



Timothy Dolensky
Programa curto


Programa livre



Jorik Hendrickx
Programa curto

Programa livre



Brendan Kerry
Programa curto


Programa livre





Resultado final

sábado, 29 de outubro de 2016

GP Skate America 2016 - Dança

Skate America 2016



Em Chicago (Estados Unidos)

Entre os dias 21 e 23 de Outubro













Análise




A categoria de dança esteve recheada de motivos de interesse. Em primeiro lugar, os irmãos Maia e Alex Shibutani foram desde logo apontados como os principais favoritos à vitória, principalmente depois do excelente resultado que obtiveram nos mundiais 2016. Aqui também se arrisca no jogo da reputação internacional e os irmãos Shibutani estão a consolidar-se como a equipa n.º 1 nos Estados Unidos, ultrapassando Chock & Bates. Havia ainda muita curiosidade em perceber a dinâmica dos pares russos presentes nesta competição. Elena Ilinykh e Ruslan Zhiganshin estão a trilhar um novo caminho depois da mudança de equipa de treinadores após a temporada passada. Ekaterina Bobrova e Dmitri Soloviev estão de regresso à competição internacional depois de terem passado uma fase turbulenta devido a lesões e a um período de suspensão aplicado à patinadora que se veio a revelar injustificado. No meio de isto tudo ainda tivemos a estreia de Elliana Pogrebinsky e Alex Benoit no circuito sénior do grande prémio e a curiosidade sobre a evolução dos italianos Guignard & Fabbri, dos israelitas Tobias & Tkachenko e dos estado-unidenses Hubbell & Donohue.


Em termos de dança curta ocorreu uma situação curiosa: nenhum par conseguiu realizar uma sequência de passos em que os patinadores não se tocam que chegasse para cumprir os critérios exigidos para o nível 4, que é o nível máximo. O par italiano Guignard & Fabbri foi o que apresentou a sequência de passos em que os patinadores não se tocam com o grau de dificuldade mais elevado e que chegou para o nível 3. Todos os outros pares se ficaram pelo nível 2, incluindo os pares com mais prestígio e experiência internacional. Alguns pares tentaram antes apostar na qualidade de execução em vez da maior dificuldade dos passos. No entanto, não deixa de ser uma surpresa.


Maia e Alex Shibutani não deixaram os seus créditos por mãos alheias e venceram a medalha de ouro destacadamente. A sua vitória começou a ser cimentada com uma excelente nota de 73.04pts na dança curta. Todos os elementos técnicos beneficiaram excelentes graus de execução positivos, com uma maioria de +3. Os twizzles (8.31pts) e os passos obrigatórios (6.20pts) alcançaram o nível 4. A figura de elevação foi de nível 3 e recebeu 5.63pts. A sequência de passos em que os patinadores não se tocam (8.27pts) e a sequência parcial de passos (7.80pts) foram apenas de nível 2. As suas notas nos segmentos foram excelentes e as suas médias fixaram-se em 9.14 na perícia, 9.00 nas transições, 9.36 na performance, 9.18 na composição e 9.36 na interpretação da música/timing. Quase todos os juízes lhe atribuíram notas acima de 9.00 em todos os segmentos. A coreografia da dança curta resultou muito bem e é das melhores que eu já vi nesta temporada. A combinação de gestos e movimentos de vários estilos de dança que à partida são muito diferentes resultou harmoniosa e isso deixou uma excelente impressão.


Na dança livre, os irmãos Shibutani obtiveram uma excelente nota de 112.71pts. Se na dança curta a coreografia deu nas vistas, na livre achei que eles se limitaram a juntar coisas que já fizeram em temporadas anteriores. Gostei muito mais da coreografia e da música da temporada passada. Talvez não fosse má ideia deixar este par trabalhar novamente com o coreógrafo Peter Tchernyshev. Dito isto a prestação deles não deixou de ser boa à mesma. Os twizzles foram o grande elemento de destaque. Tecnicamente, eles foram buscar muitos pontos graças aos graus de execução positivos acumulados em todos os elementos. A sua nota técnica de partida foi de 41.30pts e foi melhorada para 56.95pts! Eles conseguiram +2 e +3 em todos os elementos e por parte de todos os juízes. As duas sequências de passos foram classificadas com o nível 3 e totalizaram 18.60pts. O peão (7.31pts) e os twizzles (8.40pts) foram ambos de nível 4. As figuras de elevação também conseguiram todas o nível 4 e conseguiram um total de 18.04pts. Os elementos coreográficos foram deixados para o fim e os eleitos foram uma elevação (2.10pts) e um twizzle (2.50pts). As suas médias nos segmentos que fazem parte da segunda nota foram de 9.29 na perícia, 9.11 nas transições, 9.43 na performance, 9.32 na composição e 9.32 na interpretação da música/timing.


Madison Hubbell & Zachary Donohue levaram a medalha de prata para casa por uma unha negra. Sinceramente pareceu-me que eles beneficiaram de estar a patinar em casa pois alguns juízes inflacionaram-lhe as notas em alguns segmentos dos componentes.


Hubbell & Donohue obtiveram uma pontuação de 68.78pts na dança curta, onde foram terceiros classificados. A sequência de passos obrigatórios (6.11pts), os twizzles (7.71pts) e a figura de elevação (5.70pts) alcançaram o nível 4. A sequência parcial de passos foi de nível 3 e recebeu 8.51pts. A sequência de passos em que os patinadores não se tocam ficou com o nível 2 e pontuou 7.49pts. As suas médias nos segmentos dos componentes foram fixadas em 8.29 na perícia, 8.11 nas transições, 8.39 na performance, 8.36 na composição e 8.43 na interpretação da música/timing. Não concordo de todo com o juiz que lhes atribuiu 9.00 no segmento de perícia e muito menos com o 9.25 na interpretação da música/timing. Aliás, a amálgama de músicas usadas na dança curta prejudicou a percepção do timing. Acho que o juiz que lhes atribuiu 7.75 na interpretação da música/timing esteve mais certeiro.


Na dança livre, Hubbell & Donohue conseguiram uma nota de 106.99pts. Todos os elementos técnicos obtiveram grau de execução positivo. As duas sequências de passos foram classificadas com o nível 3 e receberam um total de 18.29pts. As figuras de elevação (total de 17.35pts), os twizzles (7.97pts) e o peão (6.89pts) preencheram os critérios exigidos para o nível 4. O twizzle coreográfico (1.90pts) e a figura de elevação coreográfica (2.10pts) foram os dois últimos elementos do esquema. Nos segmentos dos componentes as suas médias foram de 8.64 na perícia, 8.50 nas transições, 8.89 na performance, 8.82 na composição e 8.89 na interpretação da música/timing. Cinco juízes marcaram notas na casa dos oito pontos enquanto quatro juízes atribuíram-lhe notas de 9.00 ou mais em cada segmento. Lamento mas do que conheço do código de pontos não me parece que o demonstrado por Hubbell & Donohue neste programa merecesse uma nota de 9.25 na perícia.


Ekaterina Bobrova & Dmitry Soloviev ficaram com a medalha de bronze com menos um ponto do que Hubbell & Donohue. Acho que eles podem ficar contentes com este resultado e já é um bom incentivo para competições futuras depois do tempo de paragem forçada que os afectou.


A dança curta de Bobrova & Soloviev ficou com uma nota de 68.92pts. Os twizzles (7.97pts) e a figura de elevação (5.70pts) foram os únicos elementos que alcançaram o nível 4. A sequência de passos obrigatórios (5.00pts), a sequência parcial de passos (7.01pts) e a sequência de passos em que os patinadores não se tocam (7.64pts) ficaram-se pelo nível 2. Todos os elementos técnicos beneficiaram de grau de execução positivo. No que toca à segunda nota, as suas médias nos segmentos foram de 8.86 na perícia, 8.64 nas transições, 9.00 na performance, 9.00 na composição e 9.00 na interpretação da música/timing.


Na dança livre, Bobrova & Soloviev obtiveram uma pontuação de 105.85pts. O elemento determinante neste programa e que influenciou o resultado final foi a figura de elevação em curva pois ultrapassou o tempo limite permitido pelas regras e por isso teve de ser aplicada uma dedução automática de um ponto. Essa figura de elevação recebeu grau de execução positivo mas na minha opinião o elemento devido ter sido marcado com 0 ou -1. Apenas um juiz marcou -1. A maioria dos juízes marcou o elemento com +2 no grau de execução. As três figuras de elevação cumpriram os critérios exigidos para o nível 4 e receberam um total de 17.78pts. Os twizzles (7.80pts) e o peão (6.71pts) também foram de nível 4. A sequência de passos em círculo (9.14pts) foi de nível 3 mas a sequência de passos na diagonal (7.49pts) foi de nível 2. Os elementos coreográficos foram um peão (2.00pts) e uma figura de elevação (2.10pts) e foram realizados mesmo no final do esquema. Nos segmentos dos componentes obtiveram médias de 9.04 na perícia, 8.71 nas transições, 9.04 na performance, 8.96 na composição e 9.11 na interpretação da música/timing.


Os italianos Charlene Guignard & Marco Fabbri conseguiram um bom resultado e têm-se mostrado mais confiantes e mais consistentes nas suas prestações internacionais. Tem sido um caminho percorrido com paciência mas tem dado bons frutos.


Na dança curta, Guignard & Fabbri foram quintos classificados com uma nota de 64.79pts. Como eu já referi no início da análise, este foi o único par que conseguiu realizar uma sequência de passos em que os patinadores não se tocam (5.00pts) que chegou ao nível 3. No entanto a sua sequência parcial de passos (4.87pts) foi meramente de nível 1, o que lhes prejudicou o valor base do elemento. Os passos obrigatórios chegaram para o nível 3 e receberam 5.00pts. Os twizzles (7.80pts) e a figura de elevação (5.44pts) alcançaram o nível 4. Nos segmentos dos componentes as notas que lhe foram atribuídas permitiram-lhes ficar com médias de 8.07 na perícia, 7.93 nas transições, 8.25 na performance, 8.18 na composição e 8.25 na interpretação da música/timing.


Guignard & Fabbri surpreenderam na dança livre ao ficarem à frente dos russos Ilinykh & Zhiganshin. A nota dos italianos nesta fase da prova foi de 100.65pts. Os elementos técnicos beneficiaram todos de grau de execução positivo. As duas sequências de passos foram de nível 3 e o seu total de pontos nestes elementos foi de 17.34pts. Os twizzles (7.71pts), o peão (6.80pts) e as figuras de elevação (total de 16.33pts) conseguiram alcançar o nível 4. Uma figura de elevação (1.90pts) e um twizzle (1.40pts) foram os elementos escolhidos como coreográficos e foram realizados no fim do esquema. As suas médias nos segmentos dos componentes foram de 8.18 na perícia, 7.93 nas transições, 8.36 na performance, 8.21 na composição e 8.29 na interpretação da música/timing.


Elena Ilinykh & Ruslan Zhiganshin prometeram muito na sua primeira temporada juntos e pareciam que estavam cheios de fogo para provar a sua qualidade. No entanto, as coisas parece que estagnaram. Depois da mudança para o grupo liderado pelo treinador Igor Shpilband esperava-se muito deste par. Talvez seja necessário ter paciência e ver a sua evolução no decorrer da temporada mas pelo que foi visto nesta prova eles ainda estão muitos furos abaixo de Bobrova & Soloviev e também de Stepanova & Bukin (que esta época já venceram o Troféu Finlândia). Relembro que a Rússia apenas tem dois lugares disponíveis na selecção nacional para os próximos mundiais. Portanto, Ilinykh e Zhiganshin vão ter de lutar.


Na dança curta, Ilinykh & Zhiganshin obtiveram uma pontuação de 66.60pts. A sequência parcial de passos (7.33pts) e a sequência de passos em que os patinadores não se tocam (7.17pts) foram apenas de nível 2. Os passos obrigatórios (5.86pts), os twizzles (7.46pts) e a figura de elevação (5.70pts) alcançaram o nível 4. O painel de juízes foi muito coerente na atribuição de notas a este par no que diz respeito aos segmentos dos componentes. As suas médias foram as seguintes: 8.25 na perícia, 7.96 nas transições, 8.43 na performance, 8.32 na composição e 8.39 na interpretação da música/timing. Este par foi quarto classificado na dança curta.


Na dança livre, a pontuação obtida por Ilinykh & Zhiganshin foi de 98.56pts. Em termos de plano de inclusão de elementos no programa, gostei de ver que eles encaixaram verdadeiramente os elementos coreográficos na coreografia sem deixar os dois apenas para o fim como fez a maioria dos outros pares. Em termos de sequências de passos, a primeira foi de nível 3 e recebeu 9.14pts. A segunda sequência de passos foi de nível 2 e ficou com 6.54pts. As figuras de elevação (15.98pts), os twizzles (7.63pts) e o peão (6.03pts) alcançaram o nível 4. O twizzle coreográfico foi o quinto elemento do esquema e recebeu 1.60pts. A figura de elevação coreográfica foi o nono elemento e ficou com 1.80pts. Todos os elementos receberam grau de execução positivo mas não em valores tão altos como os pares acima referidos. Talvez quando o seu estado de forma esteja melhor a qualidade de programa e da coreografia possam ser realçados. Em sede de segmentos dos componentes as suas médias foram as seguintes: 8.36 na perícia, 8.00 nas transições, 8.39 na performance, 8.39 na performance e 8.39 na interpretação da música/timing.


O meu destaque final vai para o par coreano Min & Gamelin pois utilizaram música na sua dança livre que foi cantada pela portuguesa Dulce Pontes.




Vídeos


Shibutani & Shibutani
Dança curta


Dança livre




Hubbell & Donohue
Dança curta




Dança livre




Bobrova & Soloviev
Dança curta


Dança livre




Guignard & Fabbri
Dança curta


Dança livre




Ilinykh & Zhiganshin
Dança curta


Dança livre




Tobias & Tkachenko
Dança curta


Dança livre




Pogrebinsky & Benoit
Dança curta


Dança livre




Muramoto & Reed
Dança curta


Dança livre



Agafonova & Ucar
Dança curta


Dança livre




Min & Gamelin
Dança curta


Dança livre





Resultado final