Campeonatos do Mundo 2017
Em Helsínquia (Finlândia)
Entre os dias 29 e 30 de Março
Categoria de pares
Análise
A competição de pares foi a primeira
a terminar nos mundiais 2017. Durante a prova houve muitos nervos e grandes
surpresas, sendo que os chineses Sui & Han garantiram o seu primeiro título
mundial com dois programas excepcionais. Os alemães Savchenko & Massot
conquistaram com a medalha de prata e os russos Tarasova & Morozov
asseguraram a medalha de bronze.
Wenjing Sui & Cong Han passaram
por bastantes dificuldades depois da patinadora ter sido submetida a operações
cirúrgicas nos dois pés. O jovem par chinês teve de passar por um longo período
de recuperação e houve muita gente que duvidou da sua capacidade para regressar
rapidamente à alta-roda da competição mundial. Esta foi uma grande prestação do
jovem par. Força, caracter, domínio técnico e capacidade artística. Foi isso
que eles nos apresentaram.
No programa curto, Sui & Han
lideraram com uma excelente nota de 81.23pts. O tema musical escolhido foi o
icónico “Blues for Klook”. Essa música foi celebrizada no mundo da patinagem
com dois programas inesquecíveis: uma dança livre do par russo Usova &
Zhulin e um programa do japonês Daisuke Takahashi. Este programa curto de Sui
& Han não fica nada atrás. Eles iniciaram o esquema com um triplo toe loop
lado-a-lado (5.90pts), a que se seguiu um extraordinário triplo flip lançado
(7.60pts). Este flip recebeu +3 por parte de todos os juízes na escala do grau
de execução. Depois foi a vez do triplo twist de nível 4 que pontuou 8.20pts. A
espiral da morte (4.90pts) foi executada com primor e cumpriu os requisitos
para o nível 4. O peão em paralelo (3.50pts) foi o elemento mais fraco deste
esquema pois verificou-se uma certa dessincronização na fase inicial. Mesmo
assim, penso que foi justo não ter sido aplicado grau de execução negativo. O
peão foi classificado com o nível 3. A sequência de passos atingiu o nível 4 e
recebeu 5.60pts. O último elemento técnico foi a figura de elevação (8.70pts)
do grupo 5 de dificuldade que ficou com o nível 3. O juiz 5 apenas marcou 0 no
grau de execução da figura de elevação mas não percebi porquê. Os elementos
técnicos foram todos atacados com muita convicção e velocidade. A fluidez foi
outra das características desta prestação. Nos segmentos dos componentes que
fazem parte da segunda nota, as médias apuradas foram de 9.07 na perícia, 9.04
nas transições, 9.39 na performance, 9.25 na composição e 9.29 na interpretação
da música. O juiz 5 voltou a fazer das suas nos segmentos dos componentes ao
marcar apenas 8.75 na performance e composição e 8.50 na interpretação,
contrariando a maioria do painel.
No programa livre, Sui & Han
conquistaram 150.83pts. O programa foi fenomenal e apenas aconteceu um
percalço. O único elemento punido com grau de execução negativo foi o triplo
salchow lado-a-lado (2.30pts) pois ela caiu na recepção do salto. Este elemento
teve de ser punido com -3 na escala do grau de execução. A queda ainda fez com
que lhes fosse aplicada uma dedução automática de um ponto. Tudo o resto foi
impecável e obteve uma clara maioria de +2 e +3 nos graus de execução. O
impressionante quádruplo twist (10.46pts) foi de nível 3. A espiral da morte
(5.90pts), o peão em paralelo (4.71pts), o peão de par (4.71pts) e todas as
figuras de elevação (total de 24.20pts) foram todos classificados com o nível
4, que é o nível máximo. A combinação lado-a-lado foi de triplo toe loop-duplo
toe loop (6.90pts). Como saltos lançados, este par realizou um triplo salchow
(6.20pts) e um triplo flip (7.60pts). A sequência coreográfica permitiu-lhes
somar mais 3.80pts à nota técnica. As médias nos segmentos dos componentes
foram altíssimas e fixaram-se em 9.32 na perícia, 9.18 nas transições, 9.36 na
performance, 9.43 na composição e 9.61 na interpretação.
Sui & Han acertaram em cheio com
os programas para esta temporada. Fora dos elementos técnicos quase pareciam
dois dançarinos no que diz respeito à fluidez das transições. A técnica base é
maravilhosa e permite-lhes demonstrar um deslizar com muita suavidade. Uns
dignos campeões nestes mundiais.
Os alemães Aliona Savchenko &
Bruno Massot continuam na sua senda de se estabelecerem como um dos grandes
pares até 2018. Aliona nunca escondeu que quer uma medalha de ouro nos Jogos
Olímpicos, sendo que o título olímpico é de facto a única coisa que lhe falta
no seu currículo já tão recheado de grandes êxitos. Eles estão no bom caminho
embora Aliona tenha sofrido uma lesão no tornozelo que os impediu de competir
na final do grande prémio desta temporada. Nestes mundiais eles conquistaram a
medalha de prata com dois programas memoráveis. Esta foi a décima medalha
conquistada por Aliona em mundiais. Impressionante!
No programa curto, Aliona e Bruno
receberam uma nota de 79.84pts. O esquema iniciou-se com um triplo twist de
nível 4 que amealhou 8.70pts e recebeu +3 no grau de execução por parte de
todos os juízes. Seguiu-se o triplo salchow lado-a-lado (4.50pts) que dividiu o
painel quando ao grau de execução, sendo que três juízes aplicaram grau de
execução negativo enquanto outros três marcaram 0 e os restantes marcaram +2. É
que Aliona fez a recepção do salto com os dois pés. O triplo axel lançado foi o
único elemento efectivamente punido com grau de execução negativo que ficou com
5.56pts. A figura de elevação (9.00pts) do grupo 5 de dificuldade, a sequência
de passos (5.80pts), a espiral da morte (5.10pts) e o peão (4.43pts) atingiram
o nível 4. As médias dos segmentos dos componentes foram excelentes: 9.07 na
perícia, 9.04 nas transições, 9.25 na performance, 9.29 na composição e 9.29 na
interpretação da música. O juiz 3 chegou mesmo a marcar-lhes a nota 10.00 para
o segmento de interpretação.
O programa livre obteve uma pontuação
de 150.46pts. Eles optaram por patinar ao som de uma música que eu acho muito
bela. Eu penso que o par soube interpretar muito bem os assentos da música não
só com o movimento mas também com um misto de sensibilidade e força. Não é
fácil conseguir conjugar essas duas facetas ainda para mais executando
elementos de dificuldade elevada e mesmo assim manifestando sentimento. O
programa foi realmente muito belo apesar de terem ocorrido alguns erros. Aliona
fez uma recepção defeituosa em ambos os saltos lançados apresentados que foram
o triplo axel (7.41pts) e o triplo salchow (3.90pts). Como sequência esses dois
elementos foram punidos com grau de execução negativo. Esses dois erros custaram-lhe
a medalha de ouro. O triplo twist (7.90pts) foi meramente de nível 2 e
deixou-me com algumas dúvidas pois Bruno ajudou com o ombro quando apanhou
Aliona após o voo. Obviamente que isso não será suficiente para a aplicação de
grau de execução negativo mas analisando os protocolos parece que apenas o juiz
7 levou essa circunstância em consideração e marcou +1 enquanto os restantes
juízes marcaram +3. Eu concordo com o juiz 7. Como saltos lado-a-lado, este par
efectuou uma sequência de triplo toe loop-duplo toe loop (5.68pts) e realizou
um triplo salchow (5.20pts). Nos peões, o lado-a-lado ficou com 4.93pts e o de
par recebeu 5.50pts, tendo ambos atingido o nível 4. A espiral da morte foi
classificada com o nível 3 e obteve 5.40pts. As três figuras de elevação foram
brilhantes e impressionantes e todas alcançaram o nível 4 e um total de
24.56pts. A sequência coreográfica rendeu-lhes 4.00pts. As médias nos segmentos
dos componentes da segunda nota foram óptimas: 9.32 na perícia, 9.32 nas
transições, 9.57 na performance, 9.57 na composição e 9.71 na interpretação da
música. Analisando a escala de cada juiz, Aliona e Bruno receberam cinco notas
10.00!
Aliona e Bruno têm todas as
qualidades necessárias para lutarem pelo ouro olímpico em 2018. Parece-me que o
segredo será afinar os elementos que já têm. Às vezes dá a sensação que eles
ainda não controlam completamente o equilíbrio de forças entre os dois. Isso é
notório principalmente nos saltos lançados. Se conseguirem afinar isso até à
próxima temporada, a concorrência que se cuide!
Evgenia Tarasova & Vladimir
Morozov têm tido uma excelente temporada 2016/2017 e são os actuais campeões da
final do grande prémio e da Europa. O azar bateu-lhes à porta logo no início
destes mundiais. Durante uma sessão de treinos, já em Helsínquia, Evgenia
lesionou-se e ficou a dúvida sobre se o par teria de desistir ainda antes do
programa curto. A patinadora fez um grande esforço para conseguir manter-se em
prova e o par acabou por conquistar a medalha de bronze. Este resultado
representou o culminar de uma excelente temporada para este par que, cada vez
mais, tem sido encarado como o n.º1 na selecção russa.
No programa curto, Evgenia e Vladimir
ficaram em terceiro lugar com uma pontuação de 79.37pts. Este programa está
muito bem coreografado e permite a este par mostrar uma faceta mais
extrovertida. A música é muito animada e é um excelente acompanhamento para a
velocidade com que este par consegue patinar. O programa está muito bem
construído em termos técnicos e artísticos. O primeiro elemento do esquema foi
um fantástico triplo twist de nível 4 que recebeu 8.70pts. Seguidamente foi a
vez do triplo toe loop lado-a-lado (6.00pts). O salto lançado realizado por
este par foi um triplo loop (5.60pts). Neste elemento, Evgenia cometeu um erro
que foi bem disfarçado. É que, na recepção do salto, ela tocou com o “pé livre”
no gelo. Foi uma coisa ligeira e ela teve a força necessária para que isso não
se tornasse num problema maior. No entanto, isso para mim teria sido suficiente
para marcar 0 no grau de execução mas apenas 1 juiz fez isso. Outros dois
juízes marcaram grau de execução positivo e os restantes marcaram grau de
execução positivo. Depois foi a vez de quatro elementos que atingiram o nível
4: a espiral da morte (4.90pts), a figura de elevação do grupo 5 de dificuldade
(8.80pts), a sequência de passos (5.30pts) e o peão (4.21pts). Eu pensei que as
suas médias nos segmentos dos componentes seriam um pouco mais elevadas nas
transições e na composição mas isso não aconteceu. Mesmo assim foram muito boas
com 9.04 na perícia, 8.82 nas transições, 9.04 na performance, 8.93 na
composição e 9.00 na interpretação da música.
No programa livre, o jovem par russo
conseguiu uma pontuação de 139.66pts que os colocou em quarto lugar nessa fase
da competição. Evgenia e Vladimir arriscaram um quádruplo twist (8.46pts) de
nível 3 no início do programa. No entanto, esse elemento foi punido com grau de
execução negativo. Se tiverem oportunidade de ver o vídeo do programa livre,
podem reparar que a recepção do elemento não foi a melhor. A segunda figura de
elevação (5.00pts) também foi punida com grau de execução negativo. Eles
perderam imensos pontos nesta figura pois, para além dessa penalização, ela só
serviu para o nível 1 (o básico) e isso fez baixar o valor base. O sangue frio
de Vladimir foi impressionante nesse elemento porque se ele tivesse largado a
mão livre de Evgenia como era suposto acontecer, o mais certo era terem caído
os dois, visto que a entrada não foi completamente controlada e ele teve de
recorrer à serrilha para travar a velocidade. Foi uma pena. Os restantes
elementos obtiveram grau de execução positivo mas estes dois erros,
principalmente o da figura de elevação, deitaram por terra a hipótese de um
lugar mais elevado no pódio. Os saltos lado-a-lado apresentados foram o triplo
salchow (5.50pts) e a combinação de triplo toe loop-duplo toe loop-duplo toe
loop (7.90pts). Os saltos lançados realizados por este par foram o triplo
salchow (6.20pts) e o triplo loop (5.410pts). No loop lançado, a patinadora
colocou o pé livre no gelo na altura da recepção do salto. Foi uma coisa
ligeira mas foi o suficiente para que três juízes tivessem aplicado o grau 0 na
execução, sendo que dois marcaram -1 e os restantes atribuíram grau de execução
positivo. Eu teria marcado 0 tal como os juízes 1, 2 e 8 fizeram. Os peões
foram ambos de nível 4 e totalizaram 9.50pts. A sequência coreográfica
rendeu-lhes 3.10pts. A primeira figura de elevação conquistou 8.90pts e a
terceira figura de elevação recebeu 5.21pts, tendo ambas atingido o nível 4.
Nos segmentos dos componentes da segunda nota, as médias apuradas foram de 9.14
na perícia, 8.71 nas transições, 8.75 na performance, 8.89 na composição e 8.57
na interpretação da música. Houve um juiz que se entusiasmou um bocadinho e
atribuiu-lhes 9.75 no segmento de performance… Não concordo. O programa é bom
mas os erros no twist e na segunda figura de elevação tiraram-lhe um pouco de
brilho e projecção. No programa livre foi aplicada uma dedução automática de um
ponto devido a um problema ocorrido com a roupa. Sinceramente não me apercebi
em que momento é que isso aconteceu mesmo depois de já ter visto o vídeo três
vezes.
O par chinês Xiaoyu Yu & Hao
Zhang terminou a competição na quarta posição final. Esta parceria é recente e,
como se devem recordar, o seu anúncio foi envolto em polémica visto que ambos
tinham outros parceiros e esta mudança foi imposta pela federação chinesa. A
avaliar pelos resultados entretanto obtidos durante a temporada foi uma aposta
ganha. Este quarto lugar é bastante promissor e é bom que não descartem este
par para os próximos Jogos Olímpicos. Esta conjugação de resultados dos pares
chineses nos mundiais 2017 permitiu à China garantir três lugares para os
mundiais 2018 e para os Jogos Olímpicos 2018.
No programa curto, Xiaoyu e Hao
conseguiram o quarto lugar com uma nota de 75.23pts. O facto de terem patinado
muito cedo nessa fase da competição prejudicou-os um pouco em termos de
atribuição de notas nos segmentos dos componentes. É que os juízes acabam por
ter a tendência de “guardar nota” pois existe a expectativa de aparecer alguém
melhor mais à frente na competição. É por isso que é tão importante conseguir
patinar nos dois últimos grupos. Faz muita diferença. Esta lógica ainda é
reminiscente do antigo sistema de pontuação do 6.0 mas eu penso que já era
altura de evoluir nesse aspecto. Os juízes devem atribuir a nota consoante
aquilo que foi efectivamente feito pelos patinadores. Se, por exemplo, merecer
um 8.00, o juiz tem de marcar a nota e não atribuir apenas 7.00 só porque ainda
faltam dois grupos. Em termos técnicos todos os elementos receberam grau de
execução positivo. O salto lado-a-lado foi um triplo toe loop (5.50pts) e o
salto lançado foi um triplo loop (6.80pts). O triplo twist de nível 4 recebeu
8.30pts e foi o elemento mais espectacular do esquema. A espiral da morte
(4.40pts) foi classificada com o nível 3. O peão em paralelo (4.21pts), a
figura de elevação (8.90pts) e a sequência de passos (5.00pts) atingiram o nível
4. As médias fixadas nos segmentos dos componentes foram de 8.11 na perícia,
7.79 nas transições, 8.18 na performance, 8.07 na composição e 8.00 na
interpretação da música. No que diz respeito ao segmento de performance apenas
o juiz 1 marcou 9.00 enquanto o Juiz 9 marcou 7.25.
No programa livre, Xiaoyu e Hao
ficaram em quinto lugar com uma pontuação de 136.28pts. 136.28pts. Em termos de
impacto artístico gostei mais do programa curto mas penso que esta coreografia
assentou bem às características dos patinadores. O erro mais grave ocorrido no
livre foi na combinação de saltos lado-a-lado. A patinadora não completou a
terceira volta do triplo toe loop, perdeu a cadência e falhou também no duplo
toe loop por falta de rotação. Em resultado, a combinação de triplo toe
loop-duplo toe loop foi penalizada com grau de execução negativo e pontuou
apenas 1.90pts. Os restantes elementos obtiveram grau de execução positivo.
Este par também arriscou um quádruplo twist (8.14pts) que foi classificado com
o nível 2. Apesar da média final para o elemento ter sido positiva, três juízes
no painel marcaram grau de execução negativo. No duplo axel lado-a-lado eles
conseguiram 3.87pts. Como saltos lançados eles realizaram um triplo loop
(6.60pts) e um triplo salchow (6.60pts). Na sequência coreográfica eles
amealharam 3.30pts. A espiral da morte foi classificada com o nível 3 e recebeu
5.00pts. Os dois peões receberam 9.57pts e ambos atingiram o nível 4. As
figuras de elevação foram todas de nível 4 e totalizaram 23.41pts. Nos segmentos
dos componentes as suas médias fixaram-se em 8.61 na perícia, 8.18 nas
transições, 8.64 na performance, 8.54 na composição e 8.46 na interpretação da
música.
Ksenia Stolbova & Fedor Klimov
chegaram a estes mundiais numa situação complicada. Devido a lesões, com Ksenia
a ser mais afectada ultimamente, este par praticamente não competiu nesta
temporada. A sua condição física ainda está longe do seu melhor mas este par
continuou a figurar na lista de potenciais medalhados. No entanto, estes
mundiais foram uma dura prova de resistência emocional e de capacidade de
reacção porque no programa curto eles deitaram tudo a perder.
No programa curto, Ksenia e Fedor
ficaram apenas com 65.69pts e terminaram essa fase da competição em 13.º lugar.
Este belíssimo programa foi afectado por erros graves. O primeiro erro grave
ocorreu no triplo twist (3.70pts) de nível 2. Fedor caiu depois de ter apanhado
Ksenia. Parece-me que ela tocou na lâmina do pé de apoio dele e quando isso
acontece é queda na certa. O elemento foi punido com grau de execução negativo
e foi ainda aplicada uma dedução automática de um ponto por causa da queda. No
triplo flip lançado (3.40pts), a patinadora caiu na recepção do salto. Como
consequência, o salto lançado foi punido com grau de execução negativo e foi
aplicada mais uma dedução automática de um ponto. No triplo toe loop
lado-a-lado (3.10pts) Ksenia fez uma recepção defeituosa do elemento e foi os
juízes tiveram de aplicar grau de execução negativo. Eles perderam 5.40pts só
em valores retirados ao valor base nestes três elementos! Bastava que eles
tivessem conseguido meramente o valor base nesses três elementos e que não
tivessem sofrido deduções automáticas para a sua nota chegar pelo menos aos
73.09pts. A figura de elevação do grupo 5 de dificuldade (8.60pts), a espiral
da morte (4.90pts), a sequência de passos (5.30pts) e o peão (4.64pts)
atingiram o nível 4 e receberam graus de execução positivos. Os erros cometidos
também afectaram a segunda nota. As suas médias foram de 8.75 na perícia, 8.43
nas transições, 8.18 na performance, 8.68 na composição e 8.54 na interpretação
da música.
No programa livre, Ksenia e Fedor
pontuaram 141.03pts e ficaram em terceiro lugar nessa fase da competição.
Apesar da recuperação assinalável, isso não foi suficiente. Terem conseguido
recuperar de 13.º lugar para 5.º na classificação final já foi muito bom tendo
em conta as circunstâncias. O programa não foi isento de pequenos erros mas foi
bem mais próximo daquilo que todos nós sabemos que eles são capazes. Neste
livre foram dois os elementos punidos com grau de execução negativo. A
combinação de triplo toe loop-triplo toe loop-toe loop simples (7.50pts) e o
triplo salchow lado-a-lado (3.30pts) foram os elementos penalizados. Se verem o
vídeo da prova podem verificar que Fedor colocou a mão no gelo para se apoiar
na recepção do segundo triplo toe loop da combinação e Ksenia só realizou um
toe loop simples como terceiro salto. No triplo salchow lado-a-lado ambos
tiveram uma recepção defeituosa no elemento. Como saltos lançados, este par
efectuou um triplo flip (6.30pts) e um triplo salchow (5.40pts). O triplo twist
(6.40pts) foi classificado com o nível 3 mas eles já executaram este melhor de
uma maneira mais correcta noutras ocasiões. Os dois peões atingiram o nível 4 e
totalizaram 9.86pts. As figuras de elevação foram todas de nível 4 e ficaram
com um total de 22.76pts. A espiral da morte também foi de nível 4 e recebeu
5.80pts. A belíssima sequência coreográfica amealhou 3.30pts. Nos segmentos dos
componentes as suas médias foram fixadas em 8.79 na perícia, 8.54 nas
transições, 8.68 na performance, 9.04 na composição e 8.96 na interpretação da
música.
Os canadianos Meagan Duhamel e Eric
Radford ficaram longe do pódio. Eric estava lesionado na anca e essa situação
levou a que eles tivessem evitado arriscar o triplo lutz lado-a-lado tanto no
programa curto como no livre. Este par venceu o título mundial em 2015 e em
2016 e este sétimo lugar em 2017 não era expectável. No entanto, não deem este
par como acabado. A lesão de Eric foi um factor condicionante mas com certeza
que eles vão lutar para voltar aos melhores lugares em competições futuras.
O programa curto de Meagan e Eric
ficou com uma pontuação de 72.67pts. O esquema foi iniciado com um triplo twist
de nível 3 que recebeu 7.60pts. Seguiu-se o triplo toe loop lado-a-lado que
recebeu 4.40pts. A posição de recepção do salto não foi a melhor nem por parte
de Meagan nem por parte de Eric. Dois juízes no painel marcaram -1 no grau de
execução desse elemento enquanto quatro juízes marcaram a nota de 0. Compreendo
as marcações de 0 e de -1. Tenho mais dificuldades em perceber os três juízes
que marcaram +1. O movimento de transição para o triplo lutz lançado foi
visivelmente “pesado”. O triplo lutz lançado (5.00pts) foi o único elemento do
esquema a ser efectivamente punido com grau de execução negativo. Meagan
efectuou uma recepção algo defeituosa e teve de colocar uma mão no gelo para se
apoiar. A figura de elevação do grupo 5 de dificuldade atingiu o nível 4 e foi
o elemento mais valioso do programa com uma nota de 9.10pts. O peão (3.29pts),
a sequência de passos (4.23pts) e a espiral da morte (4.50pts) foram
classificados com o nível 3. Nos segmentos dos componentes do programas, as
médias apuradas foram de 8.71 na perícia, 8.50 nas transições, 8.61 na
performance, 8.61 na composição e 8.75 na interpretação da música.
No programa livre, Meagan e Eric
receberam uma pontuação de 133.39pts que os colocou na sétima posição nessa
fase da competição. Foram três os elementos punidos com grau de execução
negativo: o quádruplo salchow lançado (5.20pts), o triplo salchow lado-a-lado
(4.00pts) e o triplo lutz lançado (4.90pts). No quádruplo salchow lançado,
Meagan caiu na recepção do elemento e a queda deu lugar à dedução automática de
um ponto. No triplo salchow lado-a-lado foi a vez de Eric efectuar uma recepção
defeituosa. No triplo lutz lançado, a patinadora tocou claramente com o pé
livre no gelo na altura da recepção. Na minha opinião havia mais dois elementos
que deviam ter sido punidos com grau de execução negativo: a combinação de
triplo toe loop-duplo toe loop (5.70pts) lado-a-lado e a segunda figura de
elevação (8.00pts) que foi de nível 3. Apenas dois juízes marcaram grau de
execução negativo na combinação lado-a-lado e apenas um juiz marcou grau de
execução negativo na segunda figura de elevação. Não é preciso ser especialista
para ver a oscilação da entrada na figura e falta de estabilidade na primeira
fase. Ironicamente quatro juízes do painel atribuíram grau de execução de +2 a
essa figura… O triplo twist (7.20pts) e a espiral da morte (4.70pts) foram de
nível 2. A primeira figura de elevação foi de nível 4 e as outras duas foram de
nível 3, totalizando 21.90pts. Os peões foram ambos de nível 4 e receberam um
total de 9.15pts. A sequência coreográfica rendeu-lhes 3.30pts. Nos segmentos
dos componentes as suas médias fixaram-se em 8.61 na perícia, 8.46 nas
transições, 8.39 na performance, 8.64 na composição e 8.61 na interpretação da
música.
Menção honrosa para o par Lyubov
Iliushechkina & Dylan Moscovitch, Valentina Marchei & Ondrej Hotarek e
para o par Ryom & Kim.
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