quinta-feira, 30 de março de 2017

Mundiais 2017 - Pares

Campeonatos do Mundo 2017


Em Helsínquia (Finlândia)



Entre os dias 29 e 30 de Março

Categoria de pares

Resultado final

Pares que não se qualificaram para o programa livre


Análise


A competição de pares foi a primeira a terminar nos mundiais 2017. Durante a prova houve muitos nervos e grandes surpresas, sendo que os chineses Sui & Han garantiram o seu primeiro título mundial com dois programas excepcionais. Os alemães Savchenko & Massot conquistaram com a medalha de prata e os russos Tarasova & Morozov asseguraram a medalha de bronze.


Wenjing Sui & Cong Han passaram por bastantes dificuldades depois da patinadora ter sido submetida a operações cirúrgicas nos dois pés. O jovem par chinês teve de passar por um longo período de recuperação e houve muita gente que duvidou da sua capacidade para regressar rapidamente à alta-roda da competição mundial. Esta foi uma grande prestação do jovem par. Força, caracter, domínio técnico e capacidade artística. Foi isso que eles nos apresentaram.


No programa curto, Sui & Han lideraram com uma excelente nota de 81.23pts. O tema musical escolhido foi o icónico “Blues for Klook”. Essa música foi celebrizada no mundo da patinagem com dois programas inesquecíveis: uma dança livre do par russo Usova & Zhulin e um programa do japonês Daisuke Takahashi. Este programa curto de Sui & Han não fica nada atrás. Eles iniciaram o esquema com um triplo toe loop lado-a-lado (5.90pts), a que se seguiu um extraordinário triplo flip lançado (7.60pts). Este flip recebeu +3 por parte de todos os juízes na escala do grau de execução. Depois foi a vez do triplo twist de nível 4 que pontuou 8.20pts. A espiral da morte (4.90pts) foi executada com primor e cumpriu os requisitos para o nível 4. O peão em paralelo (3.50pts) foi o elemento mais fraco deste esquema pois verificou-se uma certa dessincronização na fase inicial. Mesmo assim, penso que foi justo não ter sido aplicado grau de execução negativo. O peão foi classificado com o nível 3. A sequência de passos atingiu o nível 4 e recebeu 5.60pts. O último elemento técnico foi a figura de elevação (8.70pts) do grupo 5 de dificuldade que ficou com o nível 3. O juiz 5 apenas marcou 0 no grau de execução da figura de elevação mas não percebi porquê. Os elementos técnicos foram todos atacados com muita convicção e velocidade. A fluidez foi outra das características desta prestação. Nos segmentos dos componentes que fazem parte da segunda nota, as médias apuradas foram de 9.07 na perícia, 9.04 nas transições, 9.39 na performance, 9.25 na composição e 9.29 na interpretação da música. O juiz 5 voltou a fazer das suas nos segmentos dos componentes ao marcar apenas 8.75 na performance e composição e 8.50 na interpretação, contrariando a maioria do painel.


No programa livre, Sui & Han conquistaram 150.83pts. O programa foi fenomenal e apenas aconteceu um percalço. O único elemento punido com grau de execução negativo foi o triplo salchow lado-a-lado (2.30pts) pois ela caiu na recepção do salto. Este elemento teve de ser punido com -3 na escala do grau de execução. A queda ainda fez com que lhes fosse aplicada uma dedução automática de um ponto. Tudo o resto foi impecável e obteve uma clara maioria de +2 e +3 nos graus de execução. O impressionante quádruplo twist (10.46pts) foi de nível 3. A espiral da morte (5.90pts), o peão em paralelo (4.71pts), o peão de par (4.71pts) e todas as figuras de elevação (total de 24.20pts) foram todos classificados com o nível 4, que é o nível máximo. A combinação lado-a-lado foi de triplo toe loop-duplo toe loop (6.90pts). Como saltos lançados, este par realizou um triplo salchow (6.20pts) e um triplo flip (7.60pts). A sequência coreográfica permitiu-lhes somar mais 3.80pts à nota técnica. As médias nos segmentos dos componentes foram altíssimas e fixaram-se em 9.32 na perícia, 9.18 nas transições, 9.36 na performance, 9.43 na composição e 9.61 na interpretação.


Sui & Han acertaram em cheio com os programas para esta temporada. Fora dos elementos técnicos quase pareciam dois dançarinos no que diz respeito à fluidez das transições. A técnica base é maravilhosa e permite-lhes demonstrar um deslizar com muita suavidade. Uns dignos campeões nestes mundiais.


Os alemães Aliona Savchenko & Bruno Massot continuam na sua senda de se estabelecerem como um dos grandes pares até 2018. Aliona nunca escondeu que quer uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, sendo que o título olímpico é de facto a única coisa que lhe falta no seu currículo já tão recheado de grandes êxitos. Eles estão no bom caminho embora Aliona tenha sofrido uma lesão no tornozelo que os impediu de competir na final do grande prémio desta temporada. Nestes mundiais eles conquistaram a medalha de prata com dois programas memoráveis. Esta foi a décima medalha conquistada por Aliona em mundiais. Impressionante!


No programa curto, Aliona e Bruno receberam uma nota de 79.84pts. O esquema iniciou-se com um triplo twist de nível 4 que amealhou 8.70pts e recebeu +3 no grau de execução por parte de todos os juízes. Seguiu-se o triplo salchow lado-a-lado (4.50pts) que dividiu o painel quando ao grau de execução, sendo que três juízes aplicaram grau de execução negativo enquanto outros três marcaram 0 e os restantes marcaram +2. É que Aliona fez a recepção do salto com os dois pés. O triplo axel lançado foi o único elemento efectivamente punido com grau de execução negativo que ficou com 5.56pts. A figura de elevação (9.00pts) do grupo 5 de dificuldade, a sequência de passos (5.80pts), a espiral da morte (5.10pts) e o peão (4.43pts) atingiram o nível 4. As médias dos segmentos dos componentes foram excelentes: 9.07 na perícia, 9.04 nas transições, 9.25 na performance, 9.29 na composição e 9.29 na interpretação da música. O juiz 3 chegou mesmo a marcar-lhes a nota 10.00 para o segmento de interpretação.


O programa livre obteve uma pontuação de 150.46pts. Eles optaram por patinar ao som de uma música que eu acho muito bela. Eu penso que o par soube interpretar muito bem os assentos da música não só com o movimento mas também com um misto de sensibilidade e força. Não é fácil conseguir conjugar essas duas facetas ainda para mais executando elementos de dificuldade elevada e mesmo assim manifestando sentimento. O programa foi realmente muito belo apesar de terem ocorrido alguns erros. Aliona fez uma recepção defeituosa em ambos os saltos lançados apresentados que foram o triplo axel (7.41pts) e o triplo salchow (3.90pts). Como sequência esses dois elementos foram punidos com grau de execução negativo. Esses dois erros custaram-lhe a medalha de ouro. O triplo twist (7.90pts) foi meramente de nível 2 e deixou-me com algumas dúvidas pois Bruno ajudou com o ombro quando apanhou Aliona após o voo. Obviamente que isso não será suficiente para a aplicação de grau de execução negativo mas analisando os protocolos parece que apenas o juiz 7 levou essa circunstância em consideração e marcou +1 enquanto os restantes juízes marcaram +3. Eu concordo com o juiz 7. Como saltos lado-a-lado, este par efectuou uma sequência de triplo toe loop-duplo toe loop (5.68pts) e realizou um triplo salchow (5.20pts). Nos peões, o lado-a-lado ficou com 4.93pts e o de par recebeu 5.50pts, tendo ambos atingido o nível 4. A espiral da morte foi classificada com o nível 3 e obteve 5.40pts. As três figuras de elevação foram brilhantes e impressionantes e todas alcançaram o nível 4 e um total de 24.56pts. A sequência coreográfica rendeu-lhes 4.00pts. As médias nos segmentos dos componentes da segunda nota foram óptimas: 9.32 na perícia, 9.32 nas transições, 9.57 na performance, 9.57 na composição e 9.71 na interpretação da música. Analisando a escala de cada juiz, Aliona e Bruno receberam cinco notas 10.00!


Aliona e Bruno têm todas as qualidades necessárias para lutarem pelo ouro olímpico em 2018. Parece-me que o segredo será afinar os elementos que já têm. Às vezes dá a sensação que eles ainda não controlam completamente o equilíbrio de forças entre os dois. Isso é notório principalmente nos saltos lançados. Se conseguirem afinar isso até à próxima temporada, a concorrência que se cuide!


Evgenia Tarasova & Vladimir Morozov têm tido uma excelente temporada 2016/2017 e são os actuais campeões da final do grande prémio e da Europa. O azar bateu-lhes à porta logo no início destes mundiais. Durante uma sessão de treinos, já em Helsínquia, Evgenia lesionou-se e ficou a dúvida sobre se o par teria de desistir ainda antes do programa curto. A patinadora fez um grande esforço para conseguir manter-se em prova e o par acabou por conquistar a medalha de bronze. Este resultado representou o culminar de uma excelente temporada para este par que, cada vez mais, tem sido encarado como o n.º1 na selecção russa.


No programa curto, Evgenia e Vladimir ficaram em terceiro lugar com uma pontuação de 79.37pts. Este programa está muito bem coreografado e permite a este par mostrar uma faceta mais extrovertida. A música é muito animada e é um excelente acompanhamento para a velocidade com que este par consegue patinar. O programa está muito bem construído em termos técnicos e artísticos. O primeiro elemento do esquema foi um fantástico triplo twist de nível 4 que recebeu 8.70pts. Seguidamente foi a vez do triplo toe loop lado-a-lado (6.00pts). O salto lançado realizado por este par foi um triplo loop (5.60pts). Neste elemento, Evgenia cometeu um erro que foi bem disfarçado. É que, na recepção do salto, ela tocou com o “pé livre” no gelo. Foi uma coisa ligeira e ela teve a força necessária para que isso não se tornasse num problema maior. No entanto, isso para mim teria sido suficiente para marcar 0 no grau de execução mas apenas 1 juiz fez isso. Outros dois juízes marcaram grau de execução positivo e os restantes marcaram grau de execução positivo. Depois foi a vez de quatro elementos que atingiram o nível 4: a espiral da morte (4.90pts), a figura de elevação do grupo 5 de dificuldade (8.80pts), a sequência de passos (5.30pts) e o peão (4.21pts). Eu pensei que as suas médias nos segmentos dos componentes seriam um pouco mais elevadas nas transições e na composição mas isso não aconteceu. Mesmo assim foram muito boas com 9.04 na perícia, 8.82 nas transições, 9.04 na performance, 8.93 na composição e 9.00 na interpretação da música.


No programa livre, o jovem par russo conseguiu uma pontuação de 139.66pts que os colocou em quarto lugar nessa fase da competição. Evgenia e Vladimir arriscaram um quádruplo twist (8.46pts) de nível 3 no início do programa. No entanto, esse elemento foi punido com grau de execução negativo. Se tiverem oportunidade de ver o vídeo do programa livre, podem reparar que a recepção do elemento não foi a melhor. A segunda figura de elevação (5.00pts) também foi punida com grau de execução negativo. Eles perderam imensos pontos nesta figura pois, para além dessa penalização, ela só serviu para o nível 1 (o básico) e isso fez baixar o valor base. O sangue frio de Vladimir foi impressionante nesse elemento porque se ele tivesse largado a mão livre de Evgenia como era suposto acontecer, o mais certo era terem caído os dois, visto que a entrada não foi completamente controlada e ele teve de recorrer à serrilha para travar a velocidade. Foi uma pena. Os restantes elementos obtiveram grau de execução positivo mas estes dois erros, principalmente o da figura de elevação, deitaram por terra a hipótese de um lugar mais elevado no pódio. Os saltos lado-a-lado apresentados foram o triplo salchow (5.50pts) e a combinação de triplo toe loop-duplo toe loop-duplo toe loop (7.90pts). Os saltos lançados realizados por este par foram o triplo salchow (6.20pts) e o triplo loop (5.410pts). No loop lançado, a patinadora colocou o pé livre no gelo na altura da recepção do salto. Foi uma coisa ligeira mas foi o suficiente para que três juízes tivessem aplicado o grau 0 na execução, sendo que dois marcaram -1 e os restantes atribuíram grau de execução positivo. Eu teria marcado 0 tal como os juízes 1, 2 e 8 fizeram. Os peões foram ambos de nível 4 e totalizaram 9.50pts. A sequência coreográfica rendeu-lhes 3.10pts. A primeira figura de elevação conquistou 8.90pts e a terceira figura de elevação recebeu 5.21pts, tendo ambas atingido o nível 4. Nos segmentos dos componentes da segunda nota, as médias apuradas foram de 9.14 na perícia, 8.71 nas transições, 8.75 na performance, 8.89 na composição e 8.57 na interpretação da música. Houve um juiz que se entusiasmou um bocadinho e atribuiu-lhes 9.75 no segmento de performance… Não concordo. O programa é bom mas os erros no twist e na segunda figura de elevação tiraram-lhe um pouco de brilho e projecção. No programa livre foi aplicada uma dedução automática de um ponto devido a um problema ocorrido com a roupa. Sinceramente não me apercebi em que momento é que isso aconteceu mesmo depois de já ter visto o vídeo três vezes.


O par chinês Xiaoyu Yu & Hao Zhang terminou a competição na quarta posição final. Esta parceria é recente e, como se devem recordar, o seu anúncio foi envolto em polémica visto que ambos tinham outros parceiros e esta mudança foi imposta pela federação chinesa. A avaliar pelos resultados entretanto obtidos durante a temporada foi uma aposta ganha. Este quarto lugar é bastante promissor e é bom que não descartem este par para os próximos Jogos Olímpicos. Esta conjugação de resultados dos pares chineses nos mundiais 2017 permitiu à China garantir três lugares para os mundiais 2018 e para os Jogos Olímpicos 2018.


No programa curto, Xiaoyu e Hao conseguiram o quarto lugar com uma nota de 75.23pts. O facto de terem patinado muito cedo nessa fase da competição prejudicou-os um pouco em termos de atribuição de notas nos segmentos dos componentes. É que os juízes acabam por ter a tendência de “guardar nota” pois existe a expectativa de aparecer alguém melhor mais à frente na competição. É por isso que é tão importante conseguir patinar nos dois últimos grupos. Faz muita diferença. Esta lógica ainda é reminiscente do antigo sistema de pontuação do 6.0 mas eu penso que já era altura de evoluir nesse aspecto. Os juízes devem atribuir a nota consoante aquilo que foi efectivamente feito pelos patinadores. Se, por exemplo, merecer um 8.00, o juiz tem de marcar a nota e não atribuir apenas 7.00 só porque ainda faltam dois grupos. Em termos técnicos todos os elementos receberam grau de execução positivo. O salto lado-a-lado foi um triplo toe loop (5.50pts) e o salto lançado foi um triplo loop (6.80pts). O triplo twist de nível 4 recebeu 8.30pts e foi o elemento mais espectacular do esquema. A espiral da morte (4.40pts) foi classificada com o nível 3. O peão em paralelo (4.21pts), a figura de elevação (8.90pts) e a sequência de passos (5.00pts) atingiram o nível 4. As médias fixadas nos segmentos dos componentes foram de 8.11 na perícia, 7.79 nas transições, 8.18 na performance, 8.07 na composição e 8.00 na interpretação da música. No que diz respeito ao segmento de performance apenas o juiz 1 marcou 9.00 enquanto o Juiz 9 marcou 7.25.


No programa livre, Xiaoyu e Hao ficaram em quinto lugar com uma pontuação de 136.28pts. 136.28pts. Em termos de impacto artístico gostei mais do programa curto mas penso que esta coreografia assentou bem às características dos patinadores. O erro mais grave ocorrido no livre foi na combinação de saltos lado-a-lado. A patinadora não completou a terceira volta do triplo toe loop, perdeu a cadência e falhou também no duplo toe loop por falta de rotação. Em resultado, a combinação de triplo toe loop-duplo toe loop foi penalizada com grau de execução negativo e pontuou apenas 1.90pts. Os restantes elementos obtiveram grau de execução positivo. Este par também arriscou um quádruplo twist (8.14pts) que foi classificado com o nível 2. Apesar da média final para o elemento ter sido positiva, três juízes no painel marcaram grau de execução negativo. No duplo axel lado-a-lado eles conseguiram 3.87pts. Como saltos lançados eles realizaram um triplo loop (6.60pts) e um triplo salchow (6.60pts). Na sequência coreográfica eles amealharam 3.30pts. A espiral da morte foi classificada com o nível 3 e recebeu 5.00pts. Os dois peões receberam 9.57pts e ambos atingiram o nível 4. As figuras de elevação foram todas de nível 4 e totalizaram 23.41pts. Nos segmentos dos componentes as suas médias fixaram-se em 8.61 na perícia, 8.18 nas transições, 8.64 na performance, 8.54 na composição e 8.46 na interpretação da música.


Ksenia Stolbova & Fedor Klimov chegaram a estes mundiais numa situação complicada. Devido a lesões, com Ksenia a ser mais afectada ultimamente, este par praticamente não competiu nesta temporada. A sua condição física ainda está longe do seu melhor mas este par continuou a figurar na lista de potenciais medalhados. No entanto, estes mundiais foram uma dura prova de resistência emocional e de capacidade de reacção porque no programa curto eles deitaram tudo a perder.


No programa curto, Ksenia e Fedor ficaram apenas com 65.69pts e terminaram essa fase da competição em 13.º lugar. Este belíssimo programa foi afectado por erros graves. O primeiro erro grave ocorreu no triplo twist (3.70pts) de nível 2. Fedor caiu depois de ter apanhado Ksenia. Parece-me que ela tocou na lâmina do pé de apoio dele e quando isso acontece é queda na certa. O elemento foi punido com grau de execução negativo e foi ainda aplicada uma dedução automática de um ponto por causa da queda. No triplo flip lançado (3.40pts), a patinadora caiu na recepção do salto. Como consequência, o salto lançado foi punido com grau de execução negativo e foi aplicada mais uma dedução automática de um ponto. No triplo toe loop lado-a-lado (3.10pts) Ksenia fez uma recepção defeituosa do elemento e foi os juízes tiveram de aplicar grau de execução negativo. Eles perderam 5.40pts só em valores retirados ao valor base nestes três elementos! Bastava que eles tivessem conseguido meramente o valor base nesses três elementos e que não tivessem sofrido deduções automáticas para a sua nota chegar pelo menos aos 73.09pts. A figura de elevação do grupo 5 de dificuldade (8.60pts), a espiral da morte (4.90pts), a sequência de passos (5.30pts) e o peão (4.64pts) atingiram o nível 4 e receberam graus de execução positivos. Os erros cometidos também afectaram a segunda nota. As suas médias foram de 8.75 na perícia, 8.43 nas transições, 8.18 na performance, 8.68 na composição e 8.54 na interpretação da música.


No programa livre, Ksenia e Fedor pontuaram 141.03pts e ficaram em terceiro lugar nessa fase da competição. Apesar da recuperação assinalável, isso não foi suficiente. Terem conseguido recuperar de 13.º lugar para 5.º na classificação final já foi muito bom tendo em conta as circunstâncias. O programa não foi isento de pequenos erros mas foi bem mais próximo daquilo que todos nós sabemos que eles são capazes. Neste livre foram dois os elementos punidos com grau de execução negativo. A combinação de triplo toe loop-triplo toe loop-toe loop simples (7.50pts) e o triplo salchow lado-a-lado (3.30pts) foram os elementos penalizados. Se verem o vídeo da prova podem verificar que Fedor colocou a mão no gelo para se apoiar na recepção do segundo triplo toe loop da combinação e Ksenia só realizou um toe loop simples como terceiro salto. No triplo salchow lado-a-lado ambos tiveram uma recepção defeituosa no elemento. Como saltos lançados, este par efectuou um triplo flip (6.30pts) e um triplo salchow (5.40pts). O triplo twist (6.40pts) foi classificado com o nível 3 mas eles já executaram este melhor de uma maneira mais correcta noutras ocasiões. Os dois peões atingiram o nível 4 e totalizaram 9.86pts. As figuras de elevação foram todas de nível 4 e ficaram com um total de 22.76pts. A espiral da morte também foi de nível 4 e recebeu 5.80pts. A belíssima sequência coreográfica amealhou 3.30pts. Nos segmentos dos componentes as suas médias foram fixadas em 8.79 na perícia, 8.54 nas transições, 8.68 na performance, 9.04 na composição e 8.96 na interpretação da música.


Os canadianos Meagan Duhamel e Eric Radford ficaram longe do pódio. Eric estava lesionado na anca e essa situação levou a que eles tivessem evitado arriscar o triplo lutz lado-a-lado tanto no programa curto como no livre. Este par venceu o título mundial em 2015 e em 2016 e este sétimo lugar em 2017 não era expectável. No entanto, não deem este par como acabado. A lesão de Eric foi um factor condicionante mas com certeza que eles vão lutar para voltar aos melhores lugares em competições futuras.


O programa curto de Meagan e Eric ficou com uma pontuação de 72.67pts. O esquema foi iniciado com um triplo twist de nível 3 que recebeu 7.60pts. Seguiu-se o triplo toe loop lado-a-lado que recebeu 4.40pts. A posição de recepção do salto não foi a melhor nem por parte de Meagan nem por parte de Eric. Dois juízes no painel marcaram -1 no grau de execução desse elemento enquanto quatro juízes marcaram a nota de 0. Compreendo as marcações de 0 e de -1. Tenho mais dificuldades em perceber os três juízes que marcaram +1. O movimento de transição para o triplo lutz lançado foi visivelmente “pesado”. O triplo lutz lançado (5.00pts) foi o único elemento do esquema a ser efectivamente punido com grau de execução negativo. Meagan efectuou uma recepção algo defeituosa e teve de colocar uma mão no gelo para se apoiar. A figura de elevação do grupo 5 de dificuldade atingiu o nível 4 e foi o elemento mais valioso do programa com uma nota de 9.10pts. O peão (3.29pts), a sequência de passos (4.23pts) e a espiral da morte (4.50pts) foram classificados com o nível 3. Nos segmentos dos componentes do programas, as médias apuradas foram de 8.71 na perícia, 8.50 nas transições, 8.61 na performance, 8.61 na composição e 8.75 na interpretação da música.


No programa livre, Meagan e Eric receberam uma pontuação de 133.39pts que os colocou na sétima posição nessa fase da competição. Foram três os elementos punidos com grau de execução negativo: o quádruplo salchow lançado (5.20pts), o triplo salchow lado-a-lado (4.00pts) e o triplo lutz lançado (4.90pts). No quádruplo salchow lançado, Meagan caiu na recepção do elemento e a queda deu lugar à dedução automática de um ponto. No triplo salchow lado-a-lado foi a vez de Eric efectuar uma recepção defeituosa. No triplo lutz lançado, a patinadora tocou claramente com o pé livre no gelo na altura da recepção. Na minha opinião havia mais dois elementos que deviam ter sido punidos com grau de execução negativo: a combinação de triplo toe loop-duplo toe loop (5.70pts) lado-a-lado e a segunda figura de elevação (8.00pts) que foi de nível 3. Apenas dois juízes marcaram grau de execução negativo na combinação lado-a-lado e apenas um juiz marcou grau de execução negativo na segunda figura de elevação. Não é preciso ser especialista para ver a oscilação da entrada na figura e falta de estabilidade na primeira fase. Ironicamente quatro juízes do painel atribuíram grau de execução de +2 a essa figura… O triplo twist (7.20pts) e a espiral da morte (4.70pts) foram de nível 2. A primeira figura de elevação foi de nível 4 e as outras duas foram de nível 3, totalizando 21.90pts. Os peões foram ambos de nível 4 e receberam um total de 9.15pts. A sequência coreográfica rendeu-lhes 3.30pts. Nos segmentos dos componentes as suas médias fixaram-se em 8.61 na perícia, 8.46 nas transições, 8.39 na performance, 8.64 na composição e 8.61 na interpretação da música.


Menção honrosa para o par Lyubov Iliushechkina & Dylan Moscovitch, Valentina Marchei & Ondrej Hotarek e para o par Ryom & Kim.


Vídeos

Sui & Han
Curto

Livre


Savchenko & Massot
Curto

Livre

Tarasova & Morozov
Curto

Livre

Yu & Zhang
Curto

Livre


Stolbova & Klimov
Curto
Livre

Iliushechkina & Moscovitch
Curto
Livre

Duhamel & Radford
Curto
Livre


James & Ciprés
Curto
Livre


Marchei & Hotarek
Curto
Livre


Scimeca-Knierim & Knierim
Curto
Livre


Séguin & Bilodeau
Curto
Livre

Zabiiako & Enbert
Curto
Livre

Della Monica & Guarise
Curto
Livre


Duskova & Bidar
Curto
Livre


Ryom & Kim
Curto
Livre


Alexandrovskaya & Windsor
Curto
Livre


Suto & Boudreau-Audet
Curto


Ziegler & Kiefer
Curto


Denney & Frazier
Curto




Mundiais 2017 - Galeria de imagens I

Momentos da competição de Senhoras nos Mundiais 2017


Helery Hälvin 
(Estónia)



Isadora Williams
(Brasil)


Wakaba Higuchi
(Japão)




Kaetlyn Osmond
(Canadá)




Mai Mihara
(Japão)


Zijun Li
(China)






Mariah Bell
(Estados Unidos)