Final do Grande Prémio 2018/2019
Vancouver (Canadá)
Categoria de Senhoras
Escalão sénior
Resultado final
A adolescente japonesa Rika Kihira segue imbatível esta temporada! Ela já venceu o Troféu Ondrej Nepela, o Troféu NHK, o Internationaux de France e agora a Final do Grande Prémio.
Rika deslumbrou em Vancouver com duas prestações sólidas.
Rika bateu o record mundial para nota mais alta num programa curto com 82.51pts, ultrapassando a marca estabelecida anteriormente por Alina Zagitova.
A jovem japonesa entrou a matar com um triplo axel muitíssimo bem executado, que lhe rendeu 10.51pts. A combinação de triplo flip+triplo toe loop também correu muito bem e obteve 11.24pts. O triplo lutz foi o último salto do curto e conseguiu 8.85pts.
A estratégia de Rika resultou: abdicar de transições e passos antes dos saltos para garantir fluidez, altura e segurança na execução.
O pião em baixo com entrada saltada ficou-se pelo nível 2, enquanto os restantes cumpriram os requisitos exigidos para o nível 4. Os piões contribuíram com 11.52pts para a nota técnica.
A sequência de passos permitiu-lhe assegurar mais 5.24pts.
As médias obtidas nos segmentos dos componentes foram de 8.86 na perícia, 8.46 nas transições, 8.96 na performance, 8.82 na composição e 8.82 na interpretação da música.
O programa tem uma identidade conservadora mas o "estilo princesa" assenta-lhe que nem uma luva. Foi muito bonito.
No programa livre, a campeã pontuou 150.61pts e apenas cometeu um erro. O triplo axel (1.65pts) inicial foi o único elemento punido com grau de execução negativo pois a recepção foi má e faltaram cerca de 2/4 de volta. Rika não ficou melindrada com este erro e continuou sem perder a concentração.
Os outros saltos realizados foram uma combinação de triplo axel+duplo toe loop (11.36pts), triplo loop (6.16pts), combinação de triplo lutz+triplo toe loop (12.29pts), triplo flip (7.50pts), combinação de triplo lutz+duplo toe loop+duplo loop (11.48pts) e triplo salchow (6.20pts).
Os piões totalizaram 11.42pts. O pião em baixo com entrada saltada foi de nível 3 e os outros foram de nível 4.
A sequência coreográfica rendeu-lhe 4.86pts e a sequência de passos de nível 4 obteve 5.29pts.
Nos componentes, as médias foram excelentes e fixaram-se em 9.07 na perícia, 8.86 nas transições, 9.04 na performance, 9.07 na composição e 9.21 na interpretação da música.
No conjunto, o que eu mais aprecio em Rika Kihira é a excelente qualidade base de patinagem. Os tornozelos dela são muito suaves e isso ajuda-a a ganhar velocidade com mais facilidade e realizar variações de arestas com delicadeza. A perícia é sem dúvida o segmento em que ela é mais forte.
A campeã olímpica Alina Zagitova terminou esta competição com a medalha de prata.
A patinadora russa recebeu 77.93pts no programa curto. O seu melhor resultado da temporada num curto foi de 80.78pts. Alina fez um programa limpo com uma combinação de triplo lutz+triplo toe loop (12.65pts), um duplo axel (4.10pts) e um triplo flip (7.80pts). Os piões foram todos de nível 4, totalizando 12.31pts. A sequência de passos atingiu o nível 4 com facilidade e rendeu-lhe 5.24pts.
Nos segmentos que compõem a segunda nota, Alina ficou com médias de 8.96 na perícia, 8.82 nas transições, 9.00 na performance, 8.96 na composição e 9.04 na interpretação da música.
Eu não fiquei nada convencida com a marcação de notas que alguns juízes fizeram, principalmente o juiz finlandês. Houve discrepâncias óbvias entre o painel e, depois de rever o programa várias vezes, não consigo encontrar explicação lógica para isso. Os juízes da China, Canadá, Espanha e Finlândia votaram claramente em bloco com notas mais baixas. Por exemplo, no segmento das transições, onde Alina é claramente a mais forte, a média ficou abaixo de 9.00 por culpa desses juízes.
A actuação destes juízes criou uma diferença pontual artificial entre Zagitova e Kihira. Isto era escusado porque a japonesa ficaria à frente à mesma. A diferença pontual entre as duas nesta fase da competição não devia ter ultrapassado os dois pontos, com Kihira à frente graças ao triplo axel.
Alina teve um percalço antes do programa livre pois magoou-se num pé nos bastidores. A patinadora caiu depois de tropeçar num cabo do cameraman de uma estação de tv. A informação foi confirmada por Ted Burton da federação do Canadá. Isso explica por que é que ela pareceu tão preocupada quando foi chamada à pista.
O programa livre obteve 148.60pts. Alina cometeu um erro no esquema que lhe custou imensos pontos. Ela tinha previsto realizar uma combinação de triplo lutz+triplo toe loop como segundo elemento mas fez um triplo lutz com toe loop simples (6.64pts). Ela precisava de fazer uma programa completamente limpo, na mesma linha do que apresentou no Open do Japão e no Troféu Nebelhorn.
Os outros saltos foram o duplo axel (4.29pts), triplo salchow (5.53pts), duplo axel (4.43pts), combinação de triplo lutz+triplo loop (13.31pts), combinação de triplo flip+duplo toe loop+duplo loop (10.04pts) e triplo flip (7.65pts).
O total de pontos acumulados nos piões foi de 13.84pts, tendo todos cumprido os requisitos exigidos para o nível 4. A sequência de passos de nível 4 obteve 5.46pts e a sequência coreográfica ficou com 4.71pts.
As médias apuradas nos segmentos dos componentes fixaram-se em 9.04 na perícia, 9.00 nas transições, 9.04 na performance, 9.18 na composição e 9.18 na interpretação da música.
No primeiro minuto do programa ela pareceu tensa mas depois conseguiu descontrair. No entanto, isso para mim teria sido o suficiente para baixar a média no segmento de performance. 8.75 teria sido a nota mais apropriada nesse segmento.
Quanto ao ajuizamento, o juiz finlandês voltou a dar nas vistas em pontuar os graus de execução em baixa quando comparado com o restante painel. Na combinação de triplo flip+duplo toe loop+duplo loop ele marcou grau de execução negativo!
Apesar das discrepâncias verificadas no ajuizamento das provas de Alina, Rika venceu com toda a justiça.
Elizaveta Tuktamysheva, vencedora da Final do Grande Prémio na temporada 2014/2015, regressou ao pódio ao fim de três anos de ausência nesta competição.
Elizaveta ficou em terceiro lugar no programa curto com 70.65pts. Ela arriscou o triplo axel (4.20pts) como elemento inicial mas o salto foi incompleto e a recepção foi defeituosa. Os juízes tiveram que aplicar grau de execução negativo no axel. O resto do programa decorreu sem incidentes. Como combinação de saltos, Elizaveta optou por jogar pelo seguro e apresentou triplo toe loop+triplo toe loop (9.66pts). O triplo lutz foi o melhor salto e recebeu 8.26pts. A maioria dos juízes aplicou +3 no grau de execução do lutz mas eu concordo com Kristina Lundgren (Estados Unidos) que marcou +4. Estavam claramente preenchidos os critérios exigidos e arrisco mesmo a dizer que o +5 até seria o mais justo.
A sequência de passos (5.07pts) e os piões (total de 11.06pts) atingiram todos os nível 4.
Na segunda nota, as médias nos segmentos foram as seguintes: 8.11 na perícia, 7.75 nas transições, 8.18 na performance, 8.21 na composição e 8.25 na interpretação da música.
No programa livre a sua pontuação foi de 144.67pts. O único erro técnico ocorreu no triplo axel (6.86pts) pois a patinadora não foi capaz de segurar a recepção. Depois foi um festival de boa técnica de salto com a execução de uma combinação de triplo lutz+triplo toe loop (11.62pts), triplo flip (6.81pts), sequência de triplo salchow+duplo axel (7.37pts), combinação de duplo axel+triplo toe loop+duplo toe loop (10.76pts), triplo lutz (8.34pts) e triplo loop (6.51pts).
Os piões totalizaram 11.90pts, tendo todos atingido o nível 4. A sequência de passos de nível 3 amealhou 3.96pts e a sequência coreográfica obteve 4.64pts.
As médias para a segunda nota foram de 8.39 na perícia, 7.96 nas transições, 8.46 na performance, 8.32 na composição e 8.50 na interpretação da música.
Elizaveta está a fazer uma época fantástica mas a falta de transições nos programas acaba por também prejudicar o segmento de perícia. Isso coloca-a em desvantagem nos componentes face a outras patinadoras. Os programas têm espaços abertos que não permitem aos juízes marcar notas mais altas no segmento de composição. Talvez com o desenrolar da temporada venham gradualmente a ser introduzidas algumas alterações para melhorar os esquemas.
Kaori Sakamoto terminou na quarta posição pontualmente próxima de Elizaveta.
No programa curto Kaori conquistou 70.23pts. Ela apostou numa abordagem conservadora em termos de plano de saltos: combinação de triplo flip+triplo toe loop, duplo axel e triplo loop. A sequência de passos e o pião de combinação com mudança de pé foram de nível 3. Os restantes piões foram de nível 4. No pião de combinação com mudança de pé houve um problema na mudança para a segunda posição e o pião ficou descentrado. Dois juízes aplicaram grau de execução negativo nesse elemento enquanto outro marcou 0. A conjugação desses dois erros no pião de combinação deviam ter tido como consequência a punição com grau de execução negativo.
As médias nos segmentos dos componentes foram boas: 8.36 na perícia, 7.96 nas transições, 8.39 na performance, 8.25 na composição e 8.29 na interpretação da música.
No programa livre Kaori arrecadou 141.45pts. Ela cometeu um erro grave ao cair na combinação de duplo axel+triplo toe loop+duplo toe loop. Claro que teve de ser aplicada uma dedução automática de um ponto e a combinação foi punida com grau de execução negativo. Incompreensivelmente, cinco juízes não aplicaram grau -5 conforme mandam as regras. Esta é uma das regras mais básicas: queda em salto = -5 no grau de execução. Mesmo assim há juízes que insistem em ignorar o óbvio.
Os restantes saltos efectuados por Kaori foram uma combinação de triplo flip+triplo toe loop, duplo axel, triplo lutz, triplo salchow, combinação de triplo flip+duplo toe loop e triplo loop.
Desta vez os piões, assim como a sequência de passos, foram de nível 4.
Na segunda nota, as médias apuradas fixaram-se em 8.64 na perícia, 8.36 nas transições, 8.54 na performance, 8.50 na composição e 8.46 na interpretação da música.
Sofia Samodurova continua a demonstrar uma tremenda consistência nas suas apresentações. Em Vancouver todos os seus elementos beneficiaram de grau de execução positivo. Não ficaria surpreendida se a federação russa lhe atribuísse um lugar na selecção nacional para os próximos campeonatos da Europa.
Satoko Miyahara entrou como uma das favoritas a ficar no pódio mas teve de contentar-se com o último lugar.
Ela cometeu erros nos dois programas e perdeu imensos pontos. Foram vários os saltos incompletos e ela voltou a ter problemas na definição de entrada no flip.
Foi uma pena pois os seus programas são belíssimos.
Vídeos
Rika Kihira
Programa curto
Programa livre
Alina Zagitova
Programa curto
Programa livre
Elizaveta Tuktamysheva
Programa curto
Programa livre
Kaori Sakamoto
Programa curto
Programa livre
Sofia Samodurova
Programa curto
Programa livre
Satoko Miyahara
Programa curto
Programa livre
Escalão júnior
Resultado final
A competição feminina no escalão júnior foi uma das mais aguardadas desta final do grande prémio 2018/2019. Antecipava-se um duelo entre Alexandra Trusova, actual campeã mundial de juniores, e Anna Shcherbakova. Quem acabou por levar a melhor foi Alena Kostornaia.
Alena Kostornaia deslumbrou tanto no programa curto como no programa livre. A patinadora de 15 anos é treinada por Eteri Tutberidze e é talvez a atleta mais completa que ela alguma vez orientou. Alena tem tudo: saltos magnifícos, velocidade, piões excelentes, qualidade base de patinagem, amplitude de movimentos e uma elegância extraordinária. Ela é também muito expressiva e requintada nos seus movimentos.
Alena Kostornaia obteve 76.32pts no programa curto e esta é a terceira nota mais alta da temporada até agora, apenas atrás de Rika Kihira e Alina Zagitova. Todos os elementos técnicos foram executados com primor. A sequência de passos e todos os piões foram todos classificados com o nível 4. Os saltos que ela efectuou foram um duplo axel, triplo flip e combinação de triplo lutz+triplo toe loop com pontuação bónus. Foram vários os juízes que marcaram graus +4 e +5 no grau de execução dos elementos. Em termos de componentes, as médias balizaram-se entre 8.00 (transições) e 8.36 (interpretação da música). Os juízes da Coreia do Sul e do Japão foram os que lhe marcaram notas mais baixas nos segmentos dos componentes e isso influenciou as médias finais. Não fora isso e a nota do programa curto teria ultrapassado os 77.00pts.
No programa livre Alena conquistou uma excelente nota de 141.66pts. Todos os elementos técnicos beneficiaram de grau de execução positivo, sendo que os piões e a sequência de passos atingiram o nível 4.
A combinação de triplo lutz+duplo toe+duplo toe loop foi dos momentos altos do esquema. A entrada para a combinação foi bem difícil, com velocidade, amplitude e precisão. Foi um grande momento de patinagem.
Os outros saltos realizados por Alena foram o duplo axel, o triplo loop, duplo axel, combinação de triplo flip+triplo toe loop, combinação de triplo salchow+triplo toe loop e triplo flip.
Na segunda nota, as médias apuradas ficaram entre 8.25 (transições) e 8.57 (performance).
Alena vai passar para o escalão sénior a partir da próxima temporada e tem trabalhado no triplo axel. Aliás circulam pelas redes sociais alguns vídeos dos seus treinos em que ela realiza o triplo axel. Mais uma patinadora russa muito promissora.
Alexandra Trusova chegou à final como favorita para conquistar a medalha de ouro mas desta vez teve de contentar-se com a prata. Esta é a sua primeira derrota internacional em duas temporadas.
No programa curto Alexandra recebeu 74.43pts. Ela executou um excelente duplo axel bem como um triplo flip impecável. A combinação de saltos foi de triplo lutz+triplo loop. Os piões foram todos de nível 4 assim como a sequência de passos. Destaque para entrada dificílima para o pião de combinação. Foi uma grande demonstração de força e perícia. No entanto, ela falhou a entrada para o pião layback e esse erro foi notório. Apesar da sua juventude, Alexandra soube salvar a situação mas o pião podia perfeitamente ter sido punido com -1 no grau de execução. Além disso o pião descentrou-se e ela foi lenta na mudança para a última posição. No entanto apenas a juiz da Finlândia marcou -1, tendo os restantes membros do painel aplicado grau de execução positivo.
Na segunda nota ela obteve médias entre 7.79 (transições) e 8.07 (performance).
Alexandra Trusova avançou para o programa livre com um plano de saltos incrível: quadruplo lutz+triplo toe loop, quádruplo lutz, quádruplo toe loop, duplo axel, triplo lutz+triplo loop, triplo lutz+Euler+triplo salchow e triplo flip!!!!! Ela já foi vista a realizar todos esses saltos com sucesso mas em Vancouver nem tudo correu bem.
Na primeira combinação que estava prevista Alexandra realizou o quádruplo lutz mas não segurou a saída e isso impediu-a de avançar para o triplo toe loop. A rotação foi completa no quádruplo lutz, o que é admirável, mas o elemento teve de ser punido com grau de execução negativo por causa da má recepção.
No segundo elemento do esquema Alexandra caiu na tentativa de quádruplo lutz, sendo que faltou cerca de 1/4 de volta na última rotação. Claro que elemento sofreu com -5 por parte de todos os juízes, tendo ainda sido aplicada uma dedução automática de um ponto devido à queda.
Corajosa, Alexandra não hesitou em arriscar o quádruplo toe loop.
Como ela perdeu a combinação inicial, a patinadora foi inteligente e, em vez de efectuar apenas o duplo axel que estava previsto, apresentou uma combinação de duplo axel+triplo toe loop.
O resto do esquema decorreu conforme o plano inicial.
Os piões foram todos classificados com o nível 4 e a sequência de passos também alcançou o nível máximo.
As médias nos segmentos dos componentes oscilaram entre 7.64 (performance) e 7.93 (perícia).
Alexandra tem um potencial assustador em termos técnicos e é admirável. Quanto à parte artística, Alexandra tem uma atitude completamente diferente de Alena Kostornaia. Alexandra é aguerrida e extrovertida e o coreógrafo Danill Gleykhengauz foi muito inteligente ao escolher os temas de "Kill Bill" e "O quinto elemento" para os seus programas. As coreografias são adequadas à sua atitude mas no geral parece-me que o seu estilo ainda é muito juvenil. Isso é perfeitamente normal tendo em conta a sua idade por isso estou curiosa em acompanhar a sua evolução.
Alena Kanysheva tem apenas 13 anos e esta é a primeira temporada em que ela está a competir internacionalmente. Alena Kanysheva está integrada no grupo liderado pela treinadora Svetlana Panova. Alena qualificou-se para a final depois de ter ficado com a medalha de prata tanto no GP júnior de Linz (Áustria) como GP júnior da Arménia.
Alena tem um ar muito delicado e frágil mas as aparências iludem. Ela é muito competitiva e tem uma técnica base admirável.
No programa curto Alena Kanysheva conquistou 68.66pts. A sequência de passos foi de nível 3 e os piões foram todos de nível 4. Em termos de salto ela realizou um duplo axel, um triplo flip e uma combinação de triplo lutz+triplo toe loop.
As médias nos segmentos que fazem parte da segunda nota ficaram entre 7.21 (transições) e 7.54 (perícia).
A sua nota no programa livre foi de 129.48pts. Apenas um elemento foi punido com grau de execução negativo: a combinação de triplo flip+Euler+triplo salchow. Na última rotação do triplo salchow faltou cerca de 1/4 de volta. Os outros saltos do esquema foram: duplo axel, triplo lutz, duplo axel, triplo loop, combinação de triplo lutz+triplo toe loop e combinação de triplo flip+duplo toe loop. A sequência de passos e o pião de combinação com entrada saltada e mudança de pé foram classificados com o nível 3. Os outros dois piões foram de nível 4.
Nos segmentos dos componentes as médias dos componentes fixaram-se entre 7.54 (transições) e 7.82 (interpretação da música).
Este resultado é muitíssimo importante para ela pois coloca-a no lote das candidatas à selecção nacional da Rússia para os mundiais juniores.
Anastasia Tarakanova, proveniente da academia de Evgeni Plushenko, terminou na quarta posição. Ela entrou no programa curto claramente nervosa e afectou-a bastante pois o triplo flip e a combinação de triplo lutz+triplo toe loop acabaram punidos com grau de execução negativo. Ela recompôs-se e apresentou um programa livre limpo.
Anastasia faz-se lembrar Anna Pogorilaya no que diz respeito à expressão e emotividade na interpretação.
Atenção que Anastasia tem treinado o quádruplo toe loop e é possível que venha a incluir esse salto nos programas em futuras competições.
Anna Shecherbakova é uma jóia mas esta competição não lhe correu bem. A campeã do GP júnior do Canadá e do GP júnior da Eslováquia acusou a pressão e ficou apenas em quinto lugar, apesar de ter sido apontada como uma das favoritas na luta pela medalha de ouro.
Anna estrou-se internacionalmente nesta temporada e ainda lhe falta experiência.
Ela parecia bem preparada fisicamente mas no programa curto caiu no duplo axel de forma totalmente inesperada, entrou mal no pião camel com entrada saltada e ficou sem combinação de saltos. Todos estes erros lhe custaram pontos preciosos.
No programa livre Anna arriscou dois quádruplos lutz, tendo caído em ambas as tentativas. Na combinação de triplo flip+Euler+triplo salchow, a última rotação do salchow não foi efectivamente concluída.
Esta será certamente uma experiência que lhe trará bastantes ensinamentos para o futuro.
É de salientar que Anna tem bastante tempo pela frente foi com certeza irá manter-se no escalão júnior na próxima temporada.
A sul-coreana Yelim Kim está na sua terceira temporada internacional no escalão júnior e continua em crescendo. A patinadora do grupo de Tom Zakrajsek e de Tammy Gambill é a líder da nova geração de patinadoras da Coreia do Sul que têm dado nas vistas e que podem ter sucesso no futuro.
Aqui ela terminou na sexta posição depois de ter ficado em quarto lugar no curto e em último no livre.
Yelim é artisticamente interessante mas ainda tem de trabalhar vários pormenores técnicos nomeadamente a definição de entrada no lutz. Além disso três dos saltos que ela realizou foram incompletos.
Em princípio Yelim passará a sénior na próxima temporada.
Na segunda nota, as médias apuradas ficaram entre 8.25 (transições) e 8.57 (performance).
Alena vai passar para o escalão sénior a partir da próxima temporada e tem trabalhado no triplo axel. Aliás circulam pelas redes sociais alguns vídeos dos seus treinos em que ela realiza o triplo axel. Mais uma patinadora russa muito promissora.
Alexandra Trusova chegou à final como favorita para conquistar a medalha de ouro mas desta vez teve de contentar-se com a prata. Esta é a sua primeira derrota internacional em duas temporadas.
No programa curto Alexandra recebeu 74.43pts. Ela executou um excelente duplo axel bem como um triplo flip impecável. A combinação de saltos foi de triplo lutz+triplo loop. Os piões foram todos de nível 4 assim como a sequência de passos. Destaque para entrada dificílima para o pião de combinação. Foi uma grande demonstração de força e perícia. No entanto, ela falhou a entrada para o pião layback e esse erro foi notório. Apesar da sua juventude, Alexandra soube salvar a situação mas o pião podia perfeitamente ter sido punido com -1 no grau de execução. Além disso o pião descentrou-se e ela foi lenta na mudança para a última posição. No entanto apenas a juiz da Finlândia marcou -1, tendo os restantes membros do painel aplicado grau de execução positivo.
Na segunda nota ela obteve médias entre 7.79 (transições) e 8.07 (performance).
Alexandra Trusova avançou para o programa livre com um plano de saltos incrível: quadruplo lutz+triplo toe loop, quádruplo lutz, quádruplo toe loop, duplo axel, triplo lutz+triplo loop, triplo lutz+Euler+triplo salchow e triplo flip!!!!! Ela já foi vista a realizar todos esses saltos com sucesso mas em Vancouver nem tudo correu bem.
Na primeira combinação que estava prevista Alexandra realizou o quádruplo lutz mas não segurou a saída e isso impediu-a de avançar para o triplo toe loop. A rotação foi completa no quádruplo lutz, o que é admirável, mas o elemento teve de ser punido com grau de execução negativo por causa da má recepção.
No segundo elemento do esquema Alexandra caiu na tentativa de quádruplo lutz, sendo que faltou cerca de 1/4 de volta na última rotação. Claro que elemento sofreu com -5 por parte de todos os juízes, tendo ainda sido aplicada uma dedução automática de um ponto devido à queda.
Corajosa, Alexandra não hesitou em arriscar o quádruplo toe loop.
Como ela perdeu a combinação inicial, a patinadora foi inteligente e, em vez de efectuar apenas o duplo axel que estava previsto, apresentou uma combinação de duplo axel+triplo toe loop.
O resto do esquema decorreu conforme o plano inicial.
Os piões foram todos classificados com o nível 4 e a sequência de passos também alcançou o nível máximo.
As médias nos segmentos dos componentes oscilaram entre 7.64 (performance) e 7.93 (perícia).
Alexandra tem um potencial assustador em termos técnicos e é admirável. Quanto à parte artística, Alexandra tem uma atitude completamente diferente de Alena Kostornaia. Alexandra é aguerrida e extrovertida e o coreógrafo Danill Gleykhengauz foi muito inteligente ao escolher os temas de "Kill Bill" e "O quinto elemento" para os seus programas. As coreografias são adequadas à sua atitude mas no geral parece-me que o seu estilo ainda é muito juvenil. Isso é perfeitamente normal tendo em conta a sua idade por isso estou curiosa em acompanhar a sua evolução.
Alena Kanysheva tem apenas 13 anos e esta é a primeira temporada em que ela está a competir internacionalmente. Alena Kanysheva está integrada no grupo liderado pela treinadora Svetlana Panova. Alena qualificou-se para a final depois de ter ficado com a medalha de prata tanto no GP júnior de Linz (Áustria) como GP júnior da Arménia.
Alena tem um ar muito delicado e frágil mas as aparências iludem. Ela é muito competitiva e tem uma técnica base admirável.
No programa curto Alena Kanysheva conquistou 68.66pts. A sequência de passos foi de nível 3 e os piões foram todos de nível 4. Em termos de salto ela realizou um duplo axel, um triplo flip e uma combinação de triplo lutz+triplo toe loop.
As médias nos segmentos que fazem parte da segunda nota ficaram entre 7.21 (transições) e 7.54 (perícia).
A sua nota no programa livre foi de 129.48pts. Apenas um elemento foi punido com grau de execução negativo: a combinação de triplo flip+Euler+triplo salchow. Na última rotação do triplo salchow faltou cerca de 1/4 de volta. Os outros saltos do esquema foram: duplo axel, triplo lutz, duplo axel, triplo loop, combinação de triplo lutz+triplo toe loop e combinação de triplo flip+duplo toe loop. A sequência de passos e o pião de combinação com entrada saltada e mudança de pé foram classificados com o nível 3. Os outros dois piões foram de nível 4.
Nos segmentos dos componentes as médias dos componentes fixaram-se entre 7.54 (transições) e 7.82 (interpretação da música).
Este resultado é muitíssimo importante para ela pois coloca-a no lote das candidatas à selecção nacional da Rússia para os mundiais juniores.
Anastasia Tarakanova, proveniente da academia de Evgeni Plushenko, terminou na quarta posição. Ela entrou no programa curto claramente nervosa e afectou-a bastante pois o triplo flip e a combinação de triplo lutz+triplo toe loop acabaram punidos com grau de execução negativo. Ela recompôs-se e apresentou um programa livre limpo.
Anastasia faz-se lembrar Anna Pogorilaya no que diz respeito à expressão e emotividade na interpretação.
Atenção que Anastasia tem treinado o quádruplo toe loop e é possível que venha a incluir esse salto nos programas em futuras competições.
Anna Shecherbakova é uma jóia mas esta competição não lhe correu bem. A campeã do GP júnior do Canadá e do GP júnior da Eslováquia acusou a pressão e ficou apenas em quinto lugar, apesar de ter sido apontada como uma das favoritas na luta pela medalha de ouro.
Anna estrou-se internacionalmente nesta temporada e ainda lhe falta experiência.
Ela parecia bem preparada fisicamente mas no programa curto caiu no duplo axel de forma totalmente inesperada, entrou mal no pião camel com entrada saltada e ficou sem combinação de saltos. Todos estes erros lhe custaram pontos preciosos.
No programa livre Anna arriscou dois quádruplos lutz, tendo caído em ambas as tentativas. Na combinação de triplo flip+Euler+triplo salchow, a última rotação do salchow não foi efectivamente concluída.
Esta será certamente uma experiência que lhe trará bastantes ensinamentos para o futuro.
É de salientar que Anna tem bastante tempo pela frente foi com certeza irá manter-se no escalão júnior na próxima temporada.
A sul-coreana Yelim Kim está na sua terceira temporada internacional no escalão júnior e continua em crescendo. A patinadora do grupo de Tom Zakrajsek e de Tammy Gambill é a líder da nova geração de patinadoras da Coreia do Sul que têm dado nas vistas e que podem ter sucesso no futuro.
Aqui ela terminou na sexta posição depois de ter ficado em quarto lugar no curto e em último no livre.
Yelim é artisticamente interessante mas ainda tem de trabalhar vários pormenores técnicos nomeadamente a definição de entrada no lutz. Além disso três dos saltos que ela realizou foram incompletos.
Em princípio Yelim passará a sénior na próxima temporada.
Vídeos
Alena Kostornaia
Programa curto
Programa livre
Alexandra Trusova
Programa curto
Programa livre
Alena Kanysheva
Programa curto
Programa livre
Anastasia Tarakanova
Programa curto
Programa livre
Anna Shcherbakova
Programa curto
Programa livre
Yelim Kim
Programa curto
Programa livre
Por agora é tudo.
Até à próxima e boa patinagem :)
Sem comentários:
Enviar um comentário