Resultados finais da categoria de dança no Troféu Skate Canada 2012
OURO - Virtue & Moir (Canadá) --- 169.41pts
PRATA - Cappellini & Lanotte (Itália) --- 160.06pts
BRONZE - Riazanova & Tkachenko (Russia) --- 143.39pts
4.º - Gilles & Poirier (Canadá) --- 136.74pts
5.º - Hubbell & Donohue (Estados Unidos) --- 135.16pts
6.º - Zlobina & Sitnikov (Azerbaijão) --- 132.80pts
7.º - Carron & Jones (França) --- 130.75pts
8.º - Ralph & Hill (Canadá) --- 126.60pts
Análise
Virtue & Moir podem ter terminado com cerca de 9 pontos de avanço em relação ao par italiano mas na verdade olhar só para os números pode ser enganador.
Os actuais campeões olímpicos têm uma dança livre inspirada na famosa história de "Carmen" e o seu esquema tem momentos muito interessantes, desde logo porque têm um início muito picante e porque apostam nalgumas figuras de elevação novas. No entanto, este par ainda está fora de forma. A dada altura Virtue quase que caiu e mais para o fim notou-se uma certa falta de dinâmica e fluidez. Scott pareceu-me muito contido para aquilo que normalmente é e, enquanto esperavam as notas, parecia preocupado. Outra coisa que notei foi que desta vez se apresentaram com menos velocidade do que é habitual. Curiosamente, os juízes pareceram ignorar as pequenas falhas que ocorreram durante a dança livre e deram-lhe 9.25 no segmento de performance. Então quer dizer que se eles tivessem estado perfeitos rebentavam a escala? (ironia) Tenho a certeza que com o decurso da época as coisas vão parecer melhor. A nível técnico obtiveram um total de 48.42pts tendo partido de um valor base de 38.70pts. Todos os elementos técnicos tiveram grau de execução positivo. Esta dança livre é diferente daquilo que Virtue & Moir têm apresentado até agora e só posso saudá-los por terem arriscado qualquer coisa de mais dramático.
Quanto aos italianos posso dizer que me pareceram nervosos no início do esquema. Talvez o facto de estarem a -0.01 de Virtue & Moir após a short dance lhes tenha causado alguma pressão. O programa é lindo e tem momentos em que os movimentos que fazem marcam os assentos da música na perfeição. Tecnicamente tiveram todos os seus elementos com grau de execução positivo. A nível dos componentes obtiveram 8.36 pela qualidade base da sua patinagem, 8.11 pelo movimento e passos de ligação, 8.57 pela performance, 8.57 pela coreografia e 8.57 pela interpretação.
Riazanova & Tkachenko devem estar contentes por regressar ao pódio em eventos do circuito do grande prémio. O guarda roupa que escolheram é lindo mas bastante sóbrio. O nível geral da sua patinagem parece ter melhorado desde que começaram a trabalhar com Igor Shiplband. A minha principal critica a este par tem a ver com a reciclagem de figuras de elevação que já apresentaram noutras épocas. No entanto, o programa está bem construído e é bastante sólido. A nível técnico, os russos tiveram todos os seus elementos com grau de execução positivo. A sua nota técnica de partida foi de 35.20 e eles conseguiram totalizar 41.64pts. A nível dos componentes, os segmentos ficaram todos muito equilibrados (7.82 pela qualidade base da sua patinagem, 7.36 pelo movimento e passos de ligação, 7.75 pela performance, 7.75 pela coreografia e 7.79 pela interpretação).
Gilles & Poirier, no meu entender, foram salvos pelo conteúdo técnico e pelos graus de execução positivos. A sua nota técnica de base foi de 36.20 e no final eles conseguiram 40.93. A nível artistico, tenho muita pena de dizer isto mas detestei o programa. Não se percebe nenhuma história nem qualquer conceito. Nem sequer os fatos deles fazem conjunto! Ainda houve 2 juízes que só lhe atribuiram 6.50 na coreografia mas eles acabaram por conseguir 7.11 nesse segmento.
Zlobina & Sitnikov do Azerbaijão conseguiram ter uma dança livre que no cômputo geral está muito mais elaborada do que a short dance e por causa disso eles conseguiram subir na classificação geral. A sua nota técnica de partida foi de 35.70 e conseguiram melhorar para 40.01. Eles tiveram graus de execução positivos em todos os elementos e alcançaram o nível 4 nos twizzles. Devo dizer que gosto muito da forma limpa como executam o que fazem. Ou seja, eles têm linhas corporais bem definidas e não são trapalhões. A nível artistico, a coreografia deles é um mimo. Durante todo o programa eles contam uma história através dos seus movimentos. Ele interpreta um rapaz que quer conquistar uma rapariga mas no início ela não quer nada com ele até que no fim ele consegue conquistá-la. A premissa foi simples e eficaz. Chamo a atenção para o facto deste par ter usado um trecho de uma música da cantora cabo-verdiana Cesária Évora. No segmento de coreografia conseguiram 7.11 e no da interpretação obtiveram 7.21. Adorei.
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