quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

4 Continentes - Dança (Short Dance) + Análise

Os campeonatos dos 4 Continentes estarão a decorrer em Osaka (Japão) até ao próximo Domingo. A competição iniciou-se com a short dance.

Tabela dos resultados
1.º - Tessa Virtue & Scott Moir
Canadá
75.12pts
2.º -Meryl Davis & Charlie White
Estados Unidos
74.68pts
3.º -Madison Chock & Evan Bates
Estados Unidos
65.44pts
4.º -Maia Shibutani & Alex Shibutani
Estados Unidos
63.26pts
5.º -Piper Gilles & Paul Poirier
Canadá
60.20pts
6.º -Cathy Reed & Chris Reed
Japão
53.97pts
7.º -Nicole Orford & Thomas Williams
Canadá
53.70pts
8.º -Danielle Obrien & Gregory Merriman
Austrália
48.81pts
9.º -Emi Hirai & Marien De la Asuncion
Japão
44.72pts
10.º -Anna Nagornyuk & Viktor Kovalenko
Uzebequistão
43.32pts
11.º -Xiaoyang Yu & Chen Wang
China
43.17pts
12.º -Bryna Oi & Taiyo Mizutani
Japão
33.90pts
13.º -Pilar Maekawa Moreno & Leonardo Maekawa Moreno
México
33.37pts

Análise
A short dance proporcionou belissimos momentos de patinagem artistica. Como era de esperar, os pares Virtue & Moir e Davis & White encontram-se a disputar a medalha de ouro entre si, estando separados na classificação geral apenas por 0,44pts. Mal posso esperar pela dança livre para ver quem vai vencer este duelo muito particular. A luta pela medalha de bronze também se afigura muito interessante.
A opinião geral é a de que Virtue & Moir são mais artisticos e que Davis & White são mais tecnicistas. No entanto, não deixa de ser curioso que nesta prova, Davis & White tenham conseguido uma nota dos componentes superior à dos canadianos, enquanto que estes últimos estiveram melhor ao nível técnico. Claro está que a diferença entre eles é muito pequena em termos de pontuação final na short dance.
Virtue & Moir fizeram algumas alterações na sua short dance desde a participação no circuito do grande prémio. Se repararem, os momentos iniciais deste esquema foram totalmente modificados. Na minha opinião estas mudanças foram para melhor. Um outro aspecto a salientar é o de que Virtue & Moir estão gradualmente a melhorar a sua forma física e isso tem tido um grande impacto na execução dos programas. Agora tudo parece executado com mais fluidez e segurança. Virtue & Moir alcançaram o nível 4 nos twizzles, na primeira sequência da polka, na sequência de passos e na figura de elevação. A segunda sequência da polka foi de nível 3. Nos componentes, todos os segmentos foram pontuados acima de 9.
Davis & White têm uma das short dance mais bem conseguidas de toda a época. Caramba, eles parecem personagens de carne e osso de um qualquer conto de fadas produzido pela Disney. Tal como Virtue & Moir, também este par conseguiu notas acima de 9 em todos os componentes. A ideia com que fiquei foi que os norte-americanos podiam perfeitamente ter ficado na liderança não fosse o facto de Charlie ter cometido pequenos erros que levaram os juízes a classificar a sequência de passos com nível 3 em vez de 4. Esses pequenos erros também os prejudicaram ao nível do GDE desse elemento e fizeram-nos perder décimas preciosas. Isso fez toda a diferença. Todos os outros elementos técnicos foram de nível 4.
Madison Chock e Evan Bates continuam a afirmar-se no panorama internacional apesar de terem tido um inicio de época um pouco discreto. A dança curta deles foi muito bem construída pelo seu treinador Igor Shpilband. A música usada pertence ao Cirque de Soleil. Tendo conseguido GDE positivos em todos os elementos técnicos, Chock & Bates alcançaram o nível 4 nos twizzles, na primeira sequência da polka e na figura de elevação. O resto foi de nível 3. Os componentes ficaram balizados entre 7.46pts e 8.14pts. A única grande critica que tenho a apontar a este par prende-se com o vestido usado por Madison. Como podem ver na foto (em baixo) aqueles folhos à volta do pescoço não a favorecem nada e estragam as linhas corporais, nomeadamente o enquadramento com a posição dos braços. Aquando dos twizzles, por causa da rotação, parecia que Madison ficava atarracada com a cabeça encaixada em sabe-se lá o quê. Esse é um dos pormenores que podem prejudicar um par no lado artistico...
 
Maia e Alex Shibutani estão neste momento a lutar pela medalha de bronze nestes campeonatos. Mas pode estar em causa mais do que isso. Nestas últimas temporadas, este par têm-se afirmado como o número 2 dos Estados Unidos. Agora correm o risco de perder esse estatuto para Chock e Bates e isso pode ser problemático para eles no futuro. Veremos se eles conseguem recuperar na dança livre. Quanto à short dance devo dizer que achei a escolha musical no mínimo ousada e nem é sequer pelo facto de não se tratar de uma polka original. É que a música que eles patinaram foi usada no passado pelo par francês Isabelle e Paul Duchesnay com uma coreografia tão única e tão forte que se tornou num marco histórico da modalidade. Ora, eu acho que para pegar numa selecção musical destas é preciso conseguir afastar comparações, coisa que os irmãos Shibutani não fizeram. A culpa não será deles mas sim do coreógrafo. Maia e Alex têm uma presença sensacional. A postura deles é irrepreensível e talento não lhes falta. Por que é que não lhes deram uma coreografia melhor e uma imagem própria para esta interpretação? Eles não precisam de se colar à imagem de ninguém. Todos os componentes do programa foram avaliados na casa dos 7 pontos, incluindo a coreografia e interpretação. Maia e Alex já demonstraram no passado que conseguem mais do que isso. Tecnicamente, eles conseguiram o nível 4 nos twizzles, na figura de elevação e na primeira sequência da polka. No entanto, a segunda sequência da polka foi de nível 2 e a sequência de passos foi de nível 3.
Piper Gilles e Paul Poirier ainda podem aspirar à medalha de bronze embora não seja fácil. A sua short dance é linda e tem grandes momentos coreográficos que eles conseguem interpretar muito bem. Os seus componentes oscilaram entre 7.25pts e 7.54pts. Pessoalmente, eu teria-lhes dado mais algumas décimas na interpretação. Não posso deixar de referir que houve um juiz em particular que claramente lhes tentou estragar as médias ao atribuir-lhes notas na casa dos 5 pontos em todos os componentes! 5.50 na interpretação para um programa como aquele apresentado por este par canadiano é no minimo vergonhoso e incompreensível! Tecnicamente, eles conseguiram o nível 4 em todos os elementos com excepção da sequência de passos (nível 2).
Nesta parte da competição fomos brindados com programas bem apresentados por todos os pares. Até os últimos classificados foram agradáveis de se ver. :)

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