A categoria de individuais masculinos revelou resultados surpreendentes no Troféu Skate America 2015, que decorreu em Milwaukee (Estados Unidos) entre os dias 22 e 25 de Outubro.
Max Aaron deixou a concorrência para trás e conquistou a medalha de ouro depois de ter sido primeiro no programa curto e segundo no programa livre. O atleta dos Estados Unidos obteve uma nota de 86.67pts no programa curto, tendo executado com sucesso uma combinação de quádruplo salchow-triplo toe loop (15.66pts), um triplo axel (10.50pts) e um triplo lutz (7.50pts). Quanto aos restantes elementos, a sequência de passos, o primeiro e o último peão foram de nível 3 enquanto que o peão com entrada saltada foi de nível 4. Todos os elementos técnicos beneficiaram de grau de execução positivo. Apesar de Max Aaron não ser propriamente um artista, as suas médias nos segmentos dos componentes foram semelhantes: 7.96 na perícia, 7.36 nas transições/passos de ligação, 7.93 na performance/execução, 7.71 na coreografia/composição e 7.75 na interpretação. No programa livre, Aaron voltou a ser consistente na apresentação dos elementos técnicos, sendo que apenas o duplo axel, mesmo no final do esquema, foi punido com grau de execução negativo. O seu plano de saltos foi o seguinte: combinação de quádruplo salchow-duplo toe loop (12.80pts), combinação de triplo axel-duplo toe loop (11.09pts), triplo loop (5.90pts), quádruplo salchow (13.26pts), triplo axel (10.64pts), combinação de triplo lutz-loop simples-triplo salchow (12.79pts), triplo toe loop (5.43pts) e o duplo axel (2.63pts). Todos os peões e a sequência de passos foram de nível 3. Nos componentes, Aaron obteve 8.36 na perícia, 7.61 nas transições/passos de ligação, 8.46 na performance/execução, 8.11 na coreografia/composição e 8.11 na interpretação. Eu gosto deste simpático atleta mas convenhamos que 8.11 na coreografia/composição/interpretação é um exagero perante o programa que ele apresentou. É que o programa praticamente não tem coreografia nem sequer interpretação. No entanto, apenas um juiz teve coragem de lhe atribuir a nota de 6.00 na coreografia/composição e 7.00 na interpretação...
O japonês Shoma Uno caiu na execução do quádruplo toe loop (7.33pts) no programa curto e isso atirou-o para o quarto lugar temporário. A queda nesse quádruplo custou-lhe a retirada de 4 pontos do valor base do elemento e também uma dedução automática de um ponto. No triplo axel (10.21pts) e na combinação de tripo flip-triplo toe loop (10.96pts) ele conseguiu obter grau de execução positivo. Os peões foram todos de nível 4 e a sequência de passos foi de nível 3. Na nota dos componentes, as suas médias nos segmentos foram de 7.96 na perícia, 7.43 nas transições/passos de ligação, 7.68 na performance/execução, 7.79 na coreografia/composição e 7.64 na interpretação. Uno venceu o programa livre e conseguiu subir na tabela final, terminando com a medalha de prata. O livre não foi isento de algumas imperfeições mas foi bastante ambicioso. Os três elementos iniciais foram um quadruplo toe loop (9.27pts), um triplo axel (10.07pts) e uma combinação de triplo axel-triplo toe loop (11.94pts). Quer o primeiro quádruplo como o triplo axel isolado foram penalizados com grau de execução negativo. Na segunda metade do programa Uno efectuou um triplo loop (6.41pts), um triplo salchow (5.34pts), uma combinação de quádruplo toe loop-duplo toe loop (14.62pts), um triplo lutz (7.10pts) e uma invulgar combinação de duplo axel-loop simple-triplo flip (10.41pts). Todos os peões alcançaram o nível 4. No entanto, a sequência de passos foi o elo mais fraco sendo apenas suficiente para preencher os critérios definidos nas regras para o nível 2. Na segunda nota, Uno obteve como médias os valores de 8.43 na perícia, 8.11 nas transições/passos de ligação, 8.61 na performance/execução, 8.39 na coreografia/composição e 8.61 na interpretação. Faltou apenas 1.52 pts para que Uno tivesse podido conquistar a medalha de ouro.
Jason Brown começou a sua participação neste grande prémio com o pé esquerdo ao ter ficado em oitavo lugar no programa curto. Esse mau começo deveu-se à falta de um salto quádruplo e a erros cometidos na combinação e no triplo lutz. Ele começou com um triplo axel (9.50pts) que conquistou grau de execução positivo. Quanto à combinação era suposto Brown ter apresentado um triplo flip com triplo toe loop mas acabou por colocar apenas um toe loop simples a seguir ao triplo flip. Aqui a decisão da arbitragem deixou-me um pouco intrigada. O elemento de combinação foi marcado como inválido mas recebeu 3.20pts à mesma, apesar do grau de execução negativo. É suposto que a combinação tenha um salto triplo em primeiro lugar e ser logo seguido com um outro triplo ou duplo. Ora quando um elemento é marcado como inválido é suposto ser como se não existisse. Se lerem a postagem sobre a disciplina de pares no Skate America 2015 vão ver que aí também houve elementos considerados inválidos ou dados como inexistentes e, claro está, que não foi atribuído qualquer ponto. A única explicação viável que encontrei é de que só foi pontuado o primeiro salto e que o toe loop simples não contou. Ou seja, os árbitros apenas marcaram como inválido o toe loop simples e não todo o elemento no seu conjunto. A ser o caso, parece-me uma regra e um critério um pouco polémicos que deviam ser clarificados no futuro. De resto, a sequência de passos e todos os peões alcançaram o nível 4. Nos componentes, as suas médias foram as seguintes: 8.39 na perícia, 8.25 nas transições/passos de ligação, 8.43 na performance/execução, 8.43 na coreografia/composição e 8.57 na interpretação. Jason Brown conseguiu assegurar a medalha de bronze graças à recuperação que teve no programa livre, onde foi terceiro. Os saltos que beneficiaram de grau de execução positivo foram a combinação de triplo axel-duplo toe loop (10.23pts), triplo lutz (7.00pts), duplo axel (3.92pts), triplo loop (6.11pts) e combinação de triplo lutz-loop simples-triplo salchow (12.39pts). O quádruplo toe loop (4.00pts), o triplo axel isolado (2.13pts) e a combinação de triplo flip-triplo toe loop (8.43pts) foram punidos com grau de execução negativo. Além disso, foi-lhe aplicado automaticamente um ponto de dedução devido a queda na recepção do quádruplo toe loop. A sequência de passos e os dois primeiros peões foram de nível 4. O peão de combinação no final foi de nível 3. As suas médias nos segmentos dos componentes foram de 8.36 na perícia, 8.54 nas transições/passos de ligação, 8.43 na performance/execução, 8.71 na coreografia/composição e 8.64 na interpretação. Mesmo com erros técnicos, Jason Brown é sempre um patinador que consegue cativar o público e a sua capacidade de interpretação e qualidade base de patinagem são deslumbrantes.
Denis Ten do Cazaquistão foi a grande desilusão do evento. No programa curto ele foi sexto classificado após ter cometido erros no quádruplo toe loop (6.30pts), na combinação de triplo lutz-triplo toe loop (9.30pts) e no peão de combinação de nível 2. Devido à queda na recepção do quádruplo toe loop foi-lhe aplicado um ponto automático de dedução. A combinação também foi penalizada com grau de execução negativo porque a última rotação do toe loop não foi efectivamente completa. No peão de combinação, Ten não conseguiu fixar imediatamente a posição de entrada para poder efectuar as rotações sobre o pé de apoio e para se equilibrar ainda teve de colocar as duas mãos no chão. Nos segmentos dos componentes ele recebeu 8.46 na perícia, 8.11 nas transições/passos de ligação, 8.25 na performance/execução, 8.46 na coreografia/composição e 8.50 na interpretação. No programa livre, Ten sofreu três quedas (quádruplo toe loop isolado, quádruplo toe loop que era suposto ter sido colocado em combinação e no triplo axel). Outros erros cometidos por este patinador ocorreram no axel simples que era suposto ser triplo, no duplo lutz que era suposto ser triplo, no triplo loop porque a recepção foi desequilibrada e no duplo axel devido à entrada e à recepção. Todos esses elementos foram punidos com grau de execução negativo. O triplo flip foi o único salto com grau de execução positivo. O primeiro peão e o peão de combinação foram de nível 4. O peão com entrada saltada foi de nível 2 e a sequência de passos foi de nível 3. Nos componentes Ten obteve as médias de 8.04 na perícia, 7.68 nas transições/passos de ligação, 7.21 na performance/execução, 8.04 na coreografia/composição e 7.89 na interpretação.
Han Yan da China e Konstantin Menshov da Rússia foram segundo e terceiro no programa curto respectivamente mas no livre foram quinto e sexto classificados. Han ficou a 2.44pts da medalha de bronze. Takahito Mura esteve longe da sua melhor forma e cometeu vários erros técnicos que o afastaram completamente da luta pelas medalhas. Florent Amodio continua uma sombra de si próprio e voltou a ficar mal classificado numa prova do grande prémio.
RESULTADO FINAL
VIDEOS
Aaron
Curto
Livre
Uno
Curto
Livre
Brown
Curto
Livre
Yan
Curto
Livre
Menshov
Curto
Livre
Pitkeev
Curto
Livre
Miner
Curto
Livre
Kerry
Curto
Livre
Ten
Curto
Livre
Mura
Curto
Livre
Amodio
Curto
Livre
Bychenko
Curto
Livre
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