Tatiana e Maxim
Ao contrário de outros patinadores que demoram a adaptar-se a novas parcerias, Tatiana e Maxim fizeram clique desde o primeiro momento. Na sua curta mas intensa carreira conjunta, Tatiana e Maxim conquistaram três medalhas nos mundiais (uma de ouro e duas de prata), quatro medalhas de ouro nos europeus, três medalhas na final do grande prémio (uma de ouro e duas de prata), sete medalhas de ouro em provas do grande prémio, quatro medalhas de ouro no Troféu Nebelhorn, etc. O momento mais alto da sua carreira ocorreu nos Jogos Olímpicos de Sochi onde Tatiana e Maxim arrecadaram duas medalhas de ouro. Mas Tatiana e Maxim não se destacaram meramente pelas medalhas conquistadas. Os seus programas patinados entre as temporadas 2010/2011 e 2015/2016 deixaram uma marca inesquecível.
Como é sabido, Tatiana e Maxim casaram e entretanto tiveram uma linda menina chamada Angelica.
Em breve teremos oportunidade de saber mais pormenores sobre a vida destes patinadores pois Tatiana e Maxim vão lançar um livro.
Essa informação foi anunciada numa entrevista que o par concedeu recentemente à jornalista Inna Fedotova. Maxim falou nisso quando respondeu a algumas coisas sobre a situação de Evgenia Medvedeva.
Aqui está a tradução desse trecho da entrevista
"Inna Fedotova - Actualmente o assunto mais discutido no nosso desporto é Evgenia Medvedeva, que se separou da treinadora Eteri Tutberidze e se mudou para o Canadá. Por que é que as pessoas a têm atacado?
Maxim Trankov - Porque por muitos anos as pessoas viram este cenário ideal na relação entre a Eteri Georgievna* e a Evgenia Medvedeva e o resultado do seu trabalho. Mas todos os atletas querem desenvolver depois do resultado alcançado, então tu tens de tomar algumas decisões. Algumas vezes elas estão relacionadas com a mudança de treinador. Se a Evgenia perder, ela perderá este duelo com os fãs. Mas a partir do momento em que a Evgenia vença outro título mundial ou europeu, ela será amada novamente. As críticas vão acabar após a primeira grande vitória. Nós, os atletas, estamos acostumados com o facto dos fãs russos serem malvados e exigentes. Então nós tratamo-los com respeito mas tentamos não reagir a provocações.
(*Eteri Tutberidze)
Inna Fedotova - Tu enfrentaste muitas provocações?
Maxim Trankov - Aconteceram coisas diferentes. O nosso livro "As duas faces da moeda" será publicado em breve. Houve uma altura em que eu gostei da autobiografia do tenista Andre Agassi por causa da sua franqueza: ele não teve receio de perder contratos publicitários e falou sobre a sua relação com as drogas, a federação de ténis. Eu também tentei ser franco neste livro. Por exemplo, falarei pela primeira vez como os meus amigos em São Petersburgo experimentaram drogas e como eu resisti à tentação."
Maxim é reconhecido pela sua franqueza e por isso estou com bastante curiosidade para ler o livro. A obra deverá ser lançada em Agosto mas não encontrei qualquer referência a uma versão internacional em inglês. Se entretanto apurar alguma coisa a esse respeito depois colocarei a informação aqui ou no Facebook/Twitter.
Estou particularmente interessada em saber se Maxim vai fazer alguma revelação sobre a sua atribulada parceria com Maria Mukhortova e sobre a dinâmica com o treinador Oleg Vasiliev. Para quem não se recorda desta parceira aqui está o programa curto de Maria e Maxim nos europeus em 2009.
Mas os motivos de interesse quanto a Tatiana e Maxim não se ficam pelo livro. O par continua a abrilhantar o espectáculo "Romeu e Julieta" que de momento está em cena em Sochi (sul da Rússia) depois de terem realizado várias datas em São Petersburgo. Como já devem saber, Maxim também tem um novo desafio: vai ser o treinador de Evgenia Tarasova & Vladimir Morozov pelo menos durante uma época. A situação dos espectáculos e deste novo desafio também foi abordada na tal entrevista. Aqui está a tradução desse trecho.
"Inna Fedotova - Vocês abandonaram a competição e agora patinam em espectáculos. Estas actuações são interessantes para os espectadores. Mas como é que campeões olímpicos se podem sentir entusiasmados com estas actuações?
Tatiana Volosozhar - Eu gosto da oportunidade de crescer no lado emocional e interpretativo. Podemos interpretar muitos papéis diferentes. Nos campeonatos e nos Jogos Olímpicos, acima de tudo, eu competi comigo própria. Então eu agora consigo ter a adrenalina que necessito. Parece que agora se pode cometer erros em pista mas eu quero demonstrar, primeiramente a mim própria, que eu estou a patinar com perfeição. Eu ainda quero actuar com mais e mais regularidade.
Maxim Trankov - Eu não tinha intenções de regressar à competição ou de disputar os Jogos Olímpicos*. Porque eu alcancei o objectivo que tracei para mim mesmo - a Tatiana e eu vencemos a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Eu não tinha mais nada a mostrar no gelo competitivo. Eu preciso de evoluir mais. (*referência aos Jogos de PeyongChang)
Inna Fedotova - Como treinador?
Tatiana Volosozhar - Eu não estou interessada nisso.
Maxim Trankov - Eu comecei agora a treinar a Evgenia Tarasova e o Vladimir Morozov. Em 2015, eles começaram a temporada comigo mas na altura isso foi um teste; eu estava a recuperar de uma lesão e ajudei-os um pouco. Como resultado, essa época foi bem sucedida para eles; provavelmente é por isso que me convidaram outra vez.
Inna Fedotova - Eles são campeões da Europa, medalhas de prata nos Jogos Olímpicos na Coreia. O seu objectivo agora é uma medalha olímpica? (Nota: a jornalista está a referir-se à medalha de prata na competição por equipas; o objectivo será de conquistar uma medalha em 2022 na competição normal).
Maxim Trankov - Claro que é o objectivo principal mas ainda faltam quatro anos para os Jogos Olímpicos. Nós acordámos com eles tentar trabalhar juntos por uma temporada e depois decidiremos se vamos continuar ou não.
Inna Fedotova - Eles dizem que os treinadores ganham pouco dinheiro. Isto é mesmo um problema?
Maxim Trankov - Actualmente o principal problema na patinagem artística é a falta de pessoal de treinamento. Muitos atletas gostariam de trabalhar como treinadores mas eles não conseguem sustento. Os treinadores na patinagem artística são verdadeiros altruístas e heróis. Eu concordei em fazer este trabalho não por causa do dinheiro mas porque é um desafio para mim. Eu decidi aceitar este trabalho e ver o que acontece.
Inna Fedotova - Tivesta ofertas para ir para o estrangeiro?
Maxim Trankov - Houve ofertas dos Estados Unidos e de outros países para supervisionar pares ou para desenvolver a patinagem de pares. Seria fácil para mim e para a Tatiana fazer as malas e mudar para outro país mas por agora eu sinto que faço falta na Rússia. Eu não vou a lado nenhum.
Tatiana Volosozhar - Nós não temos aqui só o trabalho mas também as nossas mães"
Por agora é tudo mas em breve vou postar mais coisas aqui no blogue. Espero que tenham gostado desta publicação e até à próxima.
Sem comentários:
Enviar um comentário